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Compra da Big Foods pela Sadia é aprovada com restrição

Por Isabel Sobral
Atualização:

As Secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, e de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, recomendaram hoje ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aprovação, com restrição, da compra Big Foods Indústria de Produtos Alimentícios, de Tatuí (SP), pela Sadia. Segundo parecer divulgado no site das secretarias, a restrição afeta uma cláusula de não-concorrência, pela qual os donos da Big Foods concordam em não voltar ao mercado de processamento de alimentos pelo prazo mínimo de dez anos. Os técnicos das secretarias alertam o Cade de que já faz parte da jurisprudência aceitar cláusulas deste tipo por prazos inferiores a cinco anos. Por isso, a sugestão é de que o plenário do Conselho imponha uma redução no prazo de dez anos acertado na aquisição. Quanto ao mérito do negócio, as secretarias não apontaram riscos à concorrência com a fusão, embora tenham feito uma análise mais detalhada do mercado de comercialização de pratos prontos congelados, pois há uma sobreposição, já que Sadia e Big Foods atuam nesse segmento. A Seae justificou a preocupação com o argumento de que existe nesse mercado restrições naturais à entrada de novos competidores, como os produtos importados, por causa das barreiras fito-sanitárias impostas à importação de alimentos derivados de carne. Histórico O negócio foi anunciado em dezembro do ano passado, quando a Sadia declarou ter pago pela Big Foods R$ 53,5 milhões. Além de pratos congelados, a Big Foods também se destaca na produção de sanduíches prontos, lasanhas, pizzas, pães, salgados, pão de queijo e produtos de confeitaria. A capacidade anual de produção da fábrica comprada pela Sadia era de 20 mil toneladas de produtos industrializados e empregava diretamente 650 pessoas. A data do julgamento final pelo Cade ainda não foi definida.

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