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Compra da Estácio pela Kroton vai a julgamento com tendência a ser reprovada

Seria o maior veto dado pelo Cade desde a nova lei da concorrência, que, desde 2012, prevê que as operações sejam notificadas ao conselho previamente

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Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A compra da Estácio pela Kroton será julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta quarta-feira com tendência a ser reprovada. Ontem, a Kroton apresentou um novo pedido de adiamento do julgamento, que foi negado pelo conselho. 

De acordo com fontes que acompanham as negociações, o presidente do Cade, Alexandre Barreto, que tomou posse na semana passada, indicou que não pretende pedir vista do processo. Com isso, a maior parte dos envolvidos nas negociações acredita que a operação será reprovada hoje. 

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Esse seria o maior veto dado pelo Cade desde a nova lei da concorrência, que, desde 2012, prevê que as operações sejam notificadas ao conselho previamente. A compra foi anunciada por R$ 5,5 bilhões e criaria um grupo com valor de mercado de R$ 30 bilhões.

No âmbito da nova lei, o Cade vetou apenas cinco operações, de acordo com levantamento feito pelo órgão a pedido do Estadão/Broadcast. Entre elas, estão a compra da petroquímica Solvay pela Braskem por US$ 290 milhões, a aquisição da Condor Pincéis pela Tigre Tubos e Conexões por R$ 42 milhões, e a compra de ativos pela BRF Brasil Foods em 2014.

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Cenários. De acordo com fontes que acompanham as negociações, um dos cenários possíveis é um empate no julgamento. Com isso, o presidente, que tem voto de qualidade, decidiria a questão.

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Como adiantou o Broadcast, a conselheira relatora Cristiane Alkmin deverá apresentar um voto pela aprovação da operação, condicionada a uma série de restrições. Três conselheiros já teriam manifestado em reuniões com advogados das empresas e de concorrentes que são contrários ao negócio e deverão votar pelo veto: João Paulo de Resende, Gilvandro Araújo e Paulo Bunnier. Ainda há dúvidas em relação ao voto do conselheiro Alexandre Cordeiro, que viria dando sinais contraditórios e poderá acompanhar o voto da relatora. Com isso, restaria o voto de Barreto, que, se for favorável à operação, desempataria o placar a favor da Kroton. 

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