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Compra da Perdigão pela Sadia deixa Europa em alerta

As duas empresas são vistas como importantes atores no mercado internacional. Eventual união poderia ter um impacto entre os concorrentes

Por Agencia Estado
Atualização:

A possibilidade de uma fusão entre a Sadia e a Perdigão faz os produtores de carne da Europa ficarem em estado de alerta. As duas empresas são vistas como importantes atores no mercado internacional de carnes e uma eventual união poderia ter um impacto entre os concorrentes em outras regiões. A Associação de Processadores de Frango da Europa admitiu ter ficado surpreendido com a notícia e aponta que os produtores de países como França e Dinamarca estão conscientes de que terão de enfrentar uma concorrência cada vez maior de produtos brasileiros. Em exemplo claro é o mercado russo, onde europeus e americanos tradicionalmente dominavam. Nos últimos anos, porém, o Brasil vem ganhando espaço e ameaçando os lucros das empresas européias e americanas. "Temos de ficar atentos para o dia em que o Brasil consiga resolver todos seus problemas de competitividade, inclusive as questões fitossanitários, e entre com força total nos mercados de carne do mundo", afirmou Karsten Anker Petersen, diretor de comunicações da Associação Dinamarquesa de Carnes. Para Danish Crown, empresa da Dinamarca que exporta 92% de sua produção, aquisições e fusões no setor de carnes não são raras. "Nós mesmos somos produtos de uma série de fusões que acabaram criando a atual empresa que conta com 16 mil fazendeiros fornecendo os produtos que exportamos", afirmou Anne Villemoes, porta-voz da companhia. Segundo ela, haverá um incremento cada vez maior de empresas tentando conquistar mercados como o da China, onde a renda está aumentando e o consumo de alimentos se modificando. No caso do frango, Brasil já é o maior exportador do mundo e a fusão poderia gerar uma das maiores empresas do setor de alimentos derivados de animais. Mas a união das duas empresas possibilitaria um aumento nos lucros gerados pelas vendas em mercados fora do País. Ambas destinam ao exterior mais da metade de suas produções.

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