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Comprar na China vira 'vício' e 'bico'

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Emily só pagou imposto em uma compra. Amanda Santiago: blog com 6 mil acessos ao dia Foto: Montagem Estadão/Alex Silva

Capinhas de celular que nunca foram abertas e camisetas ainda dentro da embalagem plástica enchem as gavetas do guarda-roupa do publicitário João Marcon, de 23 anos. Tudo fruto de um “vício” em compras no site AliExpress. Os preços muito baixos – suéteres a US$ 7, bolsa a US$ 30 e sapatos a US$ 20 – levaram Marcon a se tornar um caçador de boas ofertas. “Passei a colecionar capinhas de celular, tinha umas 50. Depois acabei cansando”, diz o publicitário, que gastava até US$ 150 por mês no site.

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“Agora dei uma parada. Não entro mais tanto, procuro comprar uma vez por mês ou a cada 45 dias”, conta. No entanto, ele diz que não vai trocar o site chinês pelo varejo tradicional brasileiro. “Prefiro continuar a comprar no Ali e no DealXtreme e economizar o dinheiro”, diz Marcon, que compra na internet desde os dez anos. “Vi uma bota parecida com uma que eu comprei no site por US$ 20 por mais de R$ 300 na Zara aqui no Brasil.”

A economista Emily von Schaaffhausen, de 29 anos, também é uma entusiasta do custo-benefício das compras na China. “Acho cômodo comprar pela internet. Além de os preços serem mais baratos, você também não gasta com estacionamento”, diz. Ela já comprou roupas, acessórios, eletrônicos e produtos de decoração para a casa em sites como AliExpress. “Acho que vale a pena, mesmo às vezes correndo o risco de pagar imposto.”

Com a experiência de quem gasta entre R$ 200 e R$ 300 por mês em sites chineses, Emily afirma que os casos de produtos de má qualidade ou de dores de cabeça com a compra são raros. Entre as dezenas de aquisições já feitas, diz ter pago imposto uma única vez, por um pacote de US$ 5.

Profissional. Embora experientes, Emily e Marcon são compradores “amadores” em comparação à designer paranaense Amanda Santiago, 29 anos. Ela transformou a obsessão com as ofertas de roupas e acessórios na China em um trabalho de meio período. Há dois anos, ela criou o blog Troquei meu Guarda-Roupa na China. Além de uma avaliação da qualidade das peças, o blog também inclui uma lista de compras em lojas da China. O site, no qual a blogueira faz também o papel de modelo para as roupas, recebe cerca de 6 mil visitantes ao dia. A página de Amanda no Facebook contabiliza 45 mil “curtidas”.

A blogueira, que mora em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, diz que avaliar roupas chinesas virou uma espécie de trabalho em meio período. Já faz algum tempo que Amanda deixou de comprar e passou a receber roupas de graça de sites chineses. Além disso, passou também a cobrar das lojas que querem anunciar em seu blog. Com o gigante AliExpress, ela mantém um acordo de “conversão”. Recebe uma porcentagem de todas as vendas originadas a partir do banner da empresa no blog. 

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