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Comunicado do Brics destacará questões econômicas, diz embaixadora

O documento terá também uma parte política já que há uma crise no Oriente Médio e Norte da África, que inspiram cuidados, no caso da Síria, e a questão Israel e Palestina

Por Tania Monteiro
Atualização:

A subsecretária-geral de política do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Edileusa Fontenele Reis, disse que o comunicado conjunto a ser assinado em Nova Dheli, pelos cinco países que integram o grupo de emergentes (Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e China), deverá se concentrar principalmente em questões econômicas, tendo em vista a crise financeira mundial, além da implementação das reformas das instituições financeiras internacionais como FMI e Banco Mundial.

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O documento terá também uma parte política já que há uma crise no Oriente Médio e Norte da África, que inspiram cuidados, no caso da Síria, e a questão Israel e Palestina. Questionada se a violência na Síria, especificamente será citada no documento, a embaixadora Edileusa disse que "a condenação à violência será um denominador comum de todos os países que querem o fim da violência e a busca de uma solução diplomática e pacífica", ressaltando que os países não querem intervenção.

Segundo a embaixadora, a crise entre a China e o Tibet, que levou ontem um tibetano a atear fogo ao próprio corpo, em protesto contra a repressão praticada pelo presidente chinês Hu Jintao, não deverá ser tratada no documento dos países do Brics. "Não creio que entrará, porque estamos mais preocupados com crises que eclodiram e que estão em um momento de grandes episódios de violência", afirmou. "Não se pretende abordar especificamente sobre a questão do Tibet".

Ao lembrar a importância dos Brics, Edileusa citou que os cinco países emergentes, em 2012, serão responsáveis por 56% do crescimento mundial. O G-7, grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo, será responsável pelo crescimento de apenas 9,5%, menos do que ocorrerá na América Latina. "A redução do crescimento da economia global é um assunto que preocupa a todos. Preocupa aos Brics, aos outros países em desenvolvimento e aos próprios países desenvolvidos", acentuou.

Outra proposta a ser discutida na reunião é a criação de um banco de desenvolvimento comum aos cinco países emergentes. "Deve ser anunciada não ainda a criação do banco, mas a constituição de um grupo de trabalho para estudar as modalidades de constituição do banco", afirmou a embaixadora, lembrando que o banco é muito importante porque cria uma "fonte alternativa de financiamento, sobretudo para países em desenvolvimento".

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