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Conab prevê safra de 228,33 milhões de toneladas em 2018, a segunda maior da história

Previsão é o último levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento; IBGE prevê queda de 6,2% em comparação com o ano passado

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

A produção brasileira de grãos deve encerrar o ciclo 2017/2018 com um total de 228,33 milhões de toneladas, a segunda maior da história do País, representando queda de 3,9% (menos 9,4 milhões de toneladas) em comparação com o período anterior, quando atingiu recorde de 237,67 milhões de toneladas. Isso é o que mostra o 12.º e último levantamento sobre a safra 2017/18 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 11. O resultado também é 0,1% menor (234 mil toneladas a menos) ante o levantamento anterior, de agosto, quando a Conab estimou a safra 2017/18 em 228,57 milhões de toneladas.

Soja continua como importante destaque entre as culturas Foto: Sirli Freitas/Agência RBS

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A área manteve-se próxima à estabilidade, com ligeira alta de 1,4% (mais 859,8 mil hectares), passando de 60,9 milhões de hectares para recorde de 61,7 milhões de hectares. Segundo a Conab, a área só não foi maior porque houve redução na área de milho primeira e segunda safras. Em relação à safra anterior, a área de milho primeira safra foi reduzida de 5,48 milhões para 5,08 milhões de hectares e a área de segunda safra passou de 12,10 milhões para 11,56 milhões de hectares em razão, principalmente, da expectativa futura de mercado.

A soja continua como importante destaque entre as culturas analisadas, com crescimento de área e produtividade. A oleaginosa registrou produção recorde, atingindo colheita de 119,28 milhões de toneladas, aumento de 4,6% em comparação com a safra anterior (118,99 milhões de toneladas).

Para o IBGE, queda na safra será maior

A safra agrícola de 2018 deve totalizar 225,8 milhões de toneladas, uma queda de 6,2% em relação à produção de 2017, o equivalente a 14,8 milhões de toneladas a menos. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é 1 milhão de toneladas menor que o estimado pelo levantamento de julho, um recuo de 0,4%. Em 2017, a safra somou 240,6 milhões de toneladas.

A queda na safra agrícola brasileira em 2018 em relação ao volume obtido no ano passado provocou impacto nos preços de alguns produtos, como o milho, mas não há previsão de pressões significativas sobre os alimentos até o fim deste ano, avaliou Carlos Alfredo Guedes, gerente na Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção nacional de grãos está 14,8 milhões de toneladas menor do que a de 2017, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto. "O impacto da safra menor em 2018 já está dado, não há grandes alterações previstas", disse Guedes.

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O pesquisador lembra que a produção menor de milho este ano resultou numa elevação dos preços, que também causou impacto na cadeia produtiva de aves e suínos, que usa o grão como base para a ração animal. Os preços da soja também aumentaram, mas por questões externas, como a valorização do dólar ante o real e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. A safra de soja esperada para este ano é ainda maior que a do ano anterior. O País deve colher 116,8 milhões de toneladas de soja, 0,3% a mais que o estimado na projeção de julho, graças a um aumento de 0,2% no rendimento da lavoura e alta de 0,1% na área colhida.

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