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Concentração de seguros prejudica exportações, diz Abracex

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta do governo de ampliar o seguro de crédito às exportações para elevar as vendas externas é vista com ressalvas pelos exportadores. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto, o seguro de crédito às exportações é, de fato, uma trava às vendas externas. Só que o grande problema é a concentração desse tipo de operações nas mãos de uma única empresa, a Seguradora Brasileira de Crédito às Exportações (SBCE). "O seguro é muito importante, mas é tão caro que a maioria dos exportadores prefere ou arcar com os riscos da operação ou buscar outras garantias, como o aval de um banco de primeiro mundo", disse o empresário. No Brasil, o valor do seguro fica entre 5% e 10% do total das exportações mas, em países onde a operação é oferecida por várias exportadoras, esse custo cai para menos de 3%. "O que nós precisamos de verdade é ter mais opções, não apenas a SBCE", completou. Segatto explicou que o seguro de crédito às exportações é, normalmente, caro. Só que, nos países mais desenvolvidos, esse custo cai bastante. Isso acontece porque ele é oferecido por diversas seguradoras, que também fazem todos os outros tipos de seguro. Nesse caso, o empresário opta por um pacote e negocia com a seguradora boas reduções de preço. "Aqui tão temos opção. É preciso ampliar o leque de seguradoras", disse. Segatto afirmou que a entidade têm recebido diversas reclamações sobre os custos do seguro. A proposta do governo, que ainda precisa ser aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), prevê aumentar o teto de cobertura por país, a criação de um limite de faixa de risco e de um mecanismo que permite a contratação de novas operações mesmo que outra esteja em andamento pela mesma empresa. Esse último tópico é o que mais agrada aos exportadores. A SBCE é uma empresa de capital compartilhado por várias seguradoras. A maior participação é da francesa Coface, com 31%. Cinco seguradoras brasileiras - Bradesco, Unibanco, BB, Sul America e Minas Brasil - detêm, cada uma, 13,75%. O BNDES também participa da empresa.

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