
29 de agosto de 2010 | 00h00
"Se houve mesmo tanta concorrência, a tendência para os preços não seria de estabilidade (como têm apontado os índices de inflação divulgados recentemente), mas de queda", argumenta. Lazarini e outros professores da faculdade estão começando a fazer uma análise da concentração industrial no Brasil, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ideia, diz ele, é descobrir qual o porcentual de mercado das quatro maiores empresas dos principais setores econômicos. Os pesquisadores trabalham com a hipótese de aumento da concentração nos últimos anos. "Tivemos muitos casos de fusão/aquisição entre empresas grandes, como Sadia e Perdigão, Brasil Telecom e Oi, Aracruz e Votorantim Celulose (que criaram a Fibria), entre outras", diz Lazarini.
O professor reconhece que, do ponto de vista global, sobretudo a partir da China, houve uma pressão a favor da concorrência. "Setores tradicionais brasileiros, como o têxtil, foram duramente atingidos pelas importações de outros países", observa. "Mas o que temos são movimentos em sentidos contrários", afirma, citando a contradição entre essa questão externa e a tendência interna de concentração.
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