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Concessionárias de ferrovias podem prorrogar contratos

Negociação antecipada é vista pelo governo como uma forma de planejar investimentos no setor

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Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - O governo tem conversado com as atuais concessionárias de ferrovias para negociar uma proposta de prorrogação de seus contratos, que começam a vencer em 2026. A negociação antecipada é vista como uma forma de planejar investimentos no setor, com obras que permitam ampliar a capacidade de tráfego dos trechos, além de abrir espaço para a construção de novos pátios, duplicações e ramais. Em troca das obras, as concessionárias ficariam mais anos à frente de seus trechos. 

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Em junho, quando anunciou a nova fase de seu pacote de concessões, o chamado Programa de Investimentos em Logística (PIL), o governo estimou que essas intervenções podem atrair investimentos de até R$ 16 bilhões no médio prazo. A medida é bem vista pelas concessionárias. 

“Esse plano de revitalização a partir das atuais concessões é aguardado pelo setor. É fundamental que essa negociação avance para que haja melhoria da malha existente”, diz Rodrigo Vilaça, diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros (ANPTrilhos).

Lançado em2012 porDilma Rousseff, pacote de concessões de ferrovias prometia conceder 11 mil quilômetros de novas ferrovias Foto: Dida Sampaio/Estadão

As ferrovias são o calcanhar de aquiles no plano de concessões do governo. Há mais de três anos – em agosto de 2012 – foi anunciada a concessão de 11 mil quilômetros de malha ferroviária País afora, um gigantesco volume de obras que atrairia, à época, R$ 99,6 bilhões em investimentos. Nenhum metro de ferrovia foi concedido até hoje, por conta de sucessivas mudanças de propostas e dificuldades de se estruturar um modelo de negócios que atraísse o empreendedor.

“Essas alternâncias de planos afastaram o investidor, que ainda hoje espera uma proposta mais consolidada e convincente. Há um certo desdém com o setor, mas acredito que há espaço para que as concessões avancem, agora que se busca um modelo mais centralizado de operação das ferrovias”, afirma Vilaça. 

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