
28 de agosto de 2015 | 02h05
Também presente à audiência na CPI da Alerj, o diretor de Abastecimento da estatal, José Celestino, disse que a intenção da companhia é concluir a primeira fase do Comperj dois anos após a formação de parceria. Inicialmente, o cronograma previa o início da operação em 2020, mas essa data deve ser antecipada.
Sem fechar negócio para atrair sócios, a Petrobrás não garante a construção da refinaria, necessária para a conclusão da primeira fase do Comperj. Cerca de 80% das obras já foram executadas, mas a estatal tirou sua conclusão do plano de negócios 2015-2019, divulgado em junho. No planejamento, consta apenas a conclusão da "central de utilidades" e da unidade de processamento de gás natural (UPGN), que deverão ser inauguradas em outubro de 2017.
Apenas a conclusão da unidade demanda investimentos de US$ 2,3 bilhões, segundo Moro. Em setembro, haverá licitação para a contratação de 48 quilômetros do gasoduto que levará gás produzido no pré-sal da Bacia de Santos para o Comperj.
A licença ambiental prévia deve sair até o fim do ano. A Petrobrás depende da instalação desse gasoduto para garantir novo aproveitamento para o gás, que hoje está sendo reinjetado ou queimado. A previsão é que o gasoduto iniciasse a operação já no próximo ano, mas a concessão da malha - a primeira do gênero - foi adiada a pedido da ANP.
Orçamento. Quando a pedra fundamental das obras do Comperj foi lançada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em junho de 2006, o projeto previa a construção de uma refinaria de insumos petroquímicos básicos e outra unidade para refinar combustível.
Ao custo de US$ 6,5 bilhões, o Comperj começaria suas atividades em 2011. Após inúmeros atrasos, aditivos em licitações, suspeitas de superfaturamento, má gestão e dificuldades com licenciamento ambiental e com o transporte de equipamentos pesados, o valor do investimento explodiu: um dos últimos orçamentos, conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), estava em US$ 30,5 bilhões.
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