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Conclusão de acordo entre Mercosul e UE pode ajudar Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

A conclusão das negociações comerciais do acordo Mercosul - União Européia será um elemento importante para ajudar a Argentina a sair da crise, disse hoje o chefe da Delegação da Comissão Européia no Brasil, embaixador Rolf Timans. "Quanto antes, melhor", comentou hoje, durante um seminário sobre a reunião de cúpula União Européia, América Latina e Caribe, que será realizada nos dias 17 e 18, em Madri. Por enquanto, os organizadores do encontro ainda não têm nenhuma informação sobre manifestações ou medidas de apoio à Argentina a serem discutidas no encontro. "Estamos esperando eles tomarem a iniciativa de dizer que tipo de manifestação será útil", explicou o subsecretário-geral de Assuntos Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Augusto de Araújo Castro. "Com certeza, se houver interesse em uma demonstração de apoio, ela ocorrerá." Timans explicou que a União Européia já está ajudando a Argentina, ao tomar medidas que facilitam a importação de produtos agrícolas daquele país. O Brasil, por sua vez, tem pedido ajuda e compreensão ao país vizinho em todos os encontros multilaterais. A crise argentina é um dos fatores que fará com que o encontro de cúpula Mercosul - União Européia, marcado para o dia 17, não avance em temas comerciais. Segundo Araújo Castro, as dificuldades econômicas enfrentadas por aquele país tiveram impacto sobre as negociações porque se agravaram justamente no momento em que se partia para a definição de propostas específicas para a formação da zona de livre comércio. Coincidência ou não, o Chile, que começou suas negociações na mesma época que o Mercosul, assinará seu acordo com a União Européia durante a reunião de cúpula. Eleições - Outra dificuldade apontada pelos negociadores é a indefinição no quadro político. França, Dinamarca, Holanda, Alemanha e Irlanda, além do Brasil, têm eleições marcadas para este ano. Isso, de certa forma, desacelerou o processo, na avaliação de alguns diplomatas. Araújo Castro, porém, discorda. Ele acha que o processo de integração é sólido o suficiente para prosseguir independentemente de mudanças de governo, que são "parte da vida democrática dos países." Exceto por um conjunto de medidas visando a facilitação de negócios (nas áreas alfandegária, de comércio eletrônico, fitossanitária e de regulamentos técnicos), as questões comerciais só começarão a ser aprofundadas no segundo semestre, quando será realizada uma reunião ministerial no Brasil para tratar desse assunto. Na cúpula, haverá apenas a reafirmação da vontade política de prosseguir com os entendimentos. Nos próximos dias, os europeus deverão decidir se iniciam negociações semelhantes com a América Central e a Comunidade Andina. Essa informação constará do comunicado conjunto a ser assinado em Madri.

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