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Conferência não terá Lula nem presidentes

Encontro em SP discute programa de biocombustíveis brasileiro sem a presença de chefes de Estado

Por Tania Monteiro e WASHINGTON
Atualização:

Sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será aberta hoje, em São Paulo, a 1ª Conferência Internacional sobre Biocombustíveis. Em seu lugar, estará a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Apesar de nenhum chefe de Estado participar do encontro, para o qual o presidente Lula havia convidado até mesmo o presidente americano George W. Bush, entre 40 e 50 ministros de diversos países estarão no encontro, conforme informou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Isso não é pouco, sobretudo num momento em que há uma crise no mundo", disse Amorim, tentando minimizar o esvaziamento da conferência que, conforme reconheceu, não tomará nenhuma decisão. O encontro foi articulado pelo presidente Lula quando os programas de biocombustíveis, inclusive o brasileiro, começaram a sofrer duros ataques, principalmente dos países europeus, sob a alegação de que estava provocando alta dos preços de alimentos no mundo e escassez de produtos de primeira necessidade, porque os países estavam deixando de plantar alimentos para plantar matrizes de biocombustíveis. "Decidimos abrir uma discussão mais ampla porque justamente o que o Brasil quer é transparência a esta questão", afirmou Amorim, em entrevista, em Washington, ao defender a importância do encontro. Lula só participará do encerramento, na próxima quinta-feira. Questionado se a guerra contra os biocombustíveis brasileiros tinha acabado, Amorim respondeu: "Essas guerras nunca são totalmente vencidas. São como antibiótico: você sempre tem de tomar de novo, porque nunca consegue vencer integralmente." O ministro observou, no entanto, que a maioria dos líderes que tem conversado com ele "tem uma compreensão plena de que, neste campo, tanto na questão dos biocombustíveis, como na segurança alimentar, o Brasil é parte da solução, não é parte do problema". Segundo o ministro, a reunião começa com cinco ou seis mesas redondas e se prolonga por dois ou três dias, com acadêmicos, empresários, ONGs, economistas e ambientalistas. Depois, então, haverá um segmento governamental. A 1ª Exposição Internacional de Biocombustíveis é organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo do Álcool (Apla) e reunirá 70 expositores, entre empresas, entidades setoriais e órgãos de governo.

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