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Confiança do Consumidor cai 0,9% no final de 2008

Por ALESSANDRA SARAIVA
Atualização:

A crise internacional derrubou a confiança do consumidor brasileiro em 2008. Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, a taxa de variação média do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) finalizou o ano com queda de 0,9%, após registrar variação positiva de 5% no ano de 2007. O economista explicou que o cenário de expectativas em baixa e avaliações negativas sobre a situação presente, que predominaram no quarto trimestre - período que contou com o agravamento dos efeitos da crise nas economias de praticamente todos os países - levaram ao resultado de recuo na variação média anual. De acordo com Campelo, o ICC no quarto trimestre registrou queda média de 8,5% - sendo que, no quarto trimestre de 2007, o índice subiu 6,4%. Na análise do coordenador, no último trimestre do ano, o consumidor ficou preocupado com os rumos futuros da economia, tendo em vista o acirramento dos efeitos negativos da crise . Além disso, o brasileiro também teme o impacto da crise no mercado de trabalho, com a possibilidade de demissões e, conseqüentemente, de redução de seu poder de compra. Esse cenário é perceptível no resultado do ICC de dezembro, que apresentou alta de 0,5% ante novembro. Embora tenha sido a primeira elevação do indicador após dois meses em queda, Campelo comentou que foi o pior resultado para um mês de dezembro desde o início da série histórica, em setembro de 2005. "Esse desempenho é muito fraco para essa época do ano", disse. Além disso, o técnico observou que a taxa de elevação foi impulsionada por fatores sazonais, como a boa avaliação do consumidor para a situação financeira familiar em dezembro, influenciada pelo recebimento do décimo terceiro salário. "Mas com relação aos rumos futuros da economia, permanece a incerteza", afirmou o economista. Segundo ele, as expectativas para o desempenho da economia local nos próximos meses são as piores da série histórica do indicador. Isso também foi influenciado por uma perspectiva de piora para o mercado de trabalho, cujas expectativas também são as piores da história do ICC. Na amostra de dois mil domicílios pesquisados entre os dias 31 de novembro e 18 de dezembro, 44% dos entrevistados informaram que será mais difícil conseguir emprego nos próximos meses, o maior patamar da série desde novembro de 2005. Campelo admitiu que o consumidor também pode ter se influenciado pelas recentes notícias divulgadas pela mídia, de demissões e de férias coletivas em grandes empresas do setor automotivo e minerador. A FGV informou ainda que as expectativas de inflação para os próximos 12 meses aumentaram, de novembro para dezembro. No período, a taxa projetada pelo consumidor saltou de 7,3% para 7,4%. Entretanto, aumentou o porcentual de entrevistados que apostam em queda de juros para os próximos meses, de 10,6% para 16,5%, no mesmo período.

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