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Confiança do consumidor é a mais baixa desde março de 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da região metropolitana de São Paulo registrou queda de 9,14% em abril ante o mês passado, segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) em conjunto, pela primeira vez, com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com este resultado, o ICC de abril fechou em 105,20 pontos, atingindo o patamar mais baixo desde março do ano passado, quando o índice chegou a 105,08 pontos. Apesar da forte redução, o resultado de abril ainda está dentro do nível de otimismo do ICC, já que o índice se estende de 0 a 200 pontos. Os economistas da Fecomercio destacaram que é preciso considerar a magnitude da queda e a trajetória apresentada pelo índice, que teve a segunda retração consecutiva. Em março, houve queda de 8,60% em relação ao mês anterior. "É claramente um recado negativo do consumidor, que está cada vez mais descrente de que a situação vai melhorar e de que ele poderá recuperar seu poder aquisitivo", afirmou o presidente da Fecomercio, Abram Szajman. Temor do desemprego A redução da confiança do consumidor se reflete na intenção de compra de bens duráveis. Em abril, apenas 23% dos entrevistados (aproximadamente 1000 pessoas na região metropolitana de São Paulo) disseram ter interesse em adquirir algum bem durável, contra 24% em março e 29,8% em fevereiro. Entre os que pretendem adquirir algum produto, os bens mais procurados são DVD, celular e equipamentos fotográficos/computadores. Segundo os economistas da Federação, a diminuição da intenção de compra reflete o temor do desemprego. "O medo com relação ao trabalho impede que o cidadão assuma compromissos de pagamento a longo prazo", avaliaram os profissionais. Descrença A descrença está refletida também, segundo a Fecomercio, na nota atribuída ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que começou a ser apurada, há três meses, a avaliação do governo piorou: 5,8 em fevereiro, 5,1 em março e 4,8 em abril. Segundo a Federação, este desempenho mostra que, para o consumidor, o período de experiência do governo Lula chegou ao fim e a reversão desse cenário dependerá de resultados práticos.

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