PUBLICIDADE

Confiança do consumidor fica estável em julho, mas deve recuar

Por Agencia Estado
Atualização:

Diferentemente do que revelou a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre a confiança do empresário da indústria, que caiu para o menor nível desde outubro de 2002, o consumidor da Região Metropolitana de São Paulo não perdeu a confiança na condução da política econômica. Em julho, o nível de confiança apresentou leve alta de 0,2% depois da seqüência de quatro meses de queda, segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Com a ligeira melhora este mês, o índice subiu para 133,3 pontos, numa escala de 0 a 200 pontos. O ICC acima de 100 pontos é considerado otimista. Para a Assessoria Econômica da Fecomercio, "a estabilidade do ICC indica que, ao menos neste primeiro momento, há uma clara separação entre o cenário político e o quadro econômico". Ainda segundo os economistas da entidade, apesar de os juros continuarem altos, a situação não foi agravada com a decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 19,75% na última reunião. "Enquanto a crise política não atingir o cerne do governo e a economia não mostrar sinais negativos evidentes, o consumidor não deve se mostrar tão pessimista", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomércio. Perspectiva de queda A pequena elevação do ICC em julho, contudo, não pode ser considerada como uma tendência firme de alta, alertam os economistas da Fecomercio-SP. Tanto que, para agosto, a entidade já trabalha com possibilidade de o ICC voltar a cair. Isso porque fatores determinantes como renda e emprego não têm perspectiva de melhora no curto prazo, justificam os analistas da Federação. Pelo que apurou a pesquisa que norteou o ICC, o grupo com pior desempenho em julho foi o de consumidores com renda superior a dez salários mínimos. Esse segmento teve retração de 5%, atingindo 132,8 pontos. Segundo a assessoria econômica, o resultado mostra uma percepção mais atenta desse segmento com relação às possíveis conseqüências da crise política atual sobre a economia. "Esta queda foi puxada pela expectativa do grupo quanto ao futuro, que caiu 8,4% em relação a junho", avaliam os economistas da Fecomercio. Já os consumidores com ganhos inferiores a dez salários mínimos mantêm o otimismo, com alta de 3,1%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.