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Confiança do consumidor recua 1% em agosto

Apesar da alta nas vendas do comércio, população ainda está cautelosa, segundo pesquisa do FGV

Por Fernanda Nunes e RIO
Atualização:

As famílias estão ajustando o orçamento doméstico e demonstram cautela em ir às compras. O Índice de Confiança do Consumidor, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, caiu 1% em agosto e já acumula queda de 6,4% por quatro meses consecutivos.Com medo do futuro da economia, o total de entrevistados que afirmou ter intenção de comprar bens duráveis, com exceção de automóveis, caiu 0,3%. A opinião do economista da consultoria Tendências Sílvio Campos é que o cenário não é tão ruim quanto parece em um primeiro momento. Ele pondera que o indicador de confiança deve ser analisado em conjunto com outras estatísticas conjunturais, como a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que registrou alta de 1,5% na passagem de maio para junho, e o índice de desemprego, que continua em um patamar baixo, em sua opinião."A confiança está contida, mas a população não parou de consumir", disse Campos, que aposta em uma queda de 0,5 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o último corte até o fim do ano, que levaria a taxa a 7,5% no fechamento de 2012. Mercado de trabalho. Para a economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) Viviane Seda, a queda de confiança do consumidor é proporcional à piora do mercado de trabalho. "Antes, havia uma série de variáveis influenciando a percepção do consumidor sobre a economia. Atualmente, prevalece a preocupação com o emprego. A avaliação é que a situação atual preocupa, embora os consumidores estejam apostando um pouco mais no segundo semestre", afirmou.A retração do endividamento das famílias tende a recuar no fim do ano, afirma o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Bruno Fernandes.A perspectiva de saldar dívidas nos próximos seis meses explica, em sua opinião, a melhora do Índice de Expectativas da pesquisa da FGV, de 0,3% de julho para agosto, após queda de 1,9% no mês anterior. O consumidor percebe que a economia está se recuperando lentamente, segundo Viviane, da FGV. "O que se espera é que, no segundo semestre, novos postos de trabalho sejam criados e o consumidor volte às compras", ressaltou a economista.

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