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Conflito comercial Brasil-EUA é natural

"Há arestas para serem aparadas e essa é uma delas", afirmou o novo presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em Nova York, Sérgio Millerman.

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em Nova York, Sérgio Millerman, disse que a decisão dos dois países de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver os problemas de lei de patentes é um subproduto do momento mais difícil nas negociações globais da Alca, a área de livre comércio das Américas. "Como é natural numa relação entre dois países muito importantes, há arestas para serem aparadas e essa é uma delas", afirmou Millerman, que também é o presidente do Safra National Bank of New York, uma instituição do Grupo Safra. Millerman foi eleito em meados de janeiro passado para assumir o comando da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em Nova York, entidade que conta com 400 membros, dos quais 80% têm presença nos Estados Unidos e 20%, no Brasil. Segundo ele, cresce o interesse por informações, entre os empresários e executivos ligados ao comércio dos dois países, quando surgem acontecimentos mais delicados. No entanto, Millerman afirmou que o saldo da relação entre o Brasil e os EUA é muito bom. "No ano passado, fora a Espanha, que teve um ano extraordinário, os Estados Unidos continuaram sendo um dos principais investidores no País", afirmou ele à Agência Estado. "Além disso, os EUA sempre teve uma presença constante na economia brasileira." Quanto à declaração do novo representante comercial norte-americano, Robert Zoellick, de que se o Brasil andar demasiadamente devagar na negociação para a Alca será deixado para trás, Millerman afirmou que isso não chegou a criar tensão. "É normal. Em momentos difíceis, há maior suscetibilidade para comentários feitos de ambas as partes", disse. Como o Brasil representa pela menos 50% da economia sul-americana é normal, segundo Millerman, que o País queira ter um peso maior nas negociações da Alca. Desaceleração - Na opinião de Millerman, a redução no crescimento da economia norte-americana não deverá afetar o volume de investimentos de empresas e instituições do país no Brasil. "Como a economia brasileira está passando por uma fase muito boa, com crescimento do PIB e inflação sob controle, talvez seja até uma melhor oportunidade do que uma economia que está reduzindo bastante a velocidade do crescimento", afirmou Millerman. Ele não acredita, no entanto, que a retração na atividade econômica que está sendo observada neste momento nos Estados Unidos deverá se prolongar por muito tempo. "Deveremos observar uma recuperação já no segundo semestre", afirmou o executivo. Ele acredita que o volume de investimentos no Brasil, que no ano passado atingiu a cifra recorde de mais de US$ 30 bi, deverá continuar num nível elevado. "Há várias oportunidades no País e não somente ligadas às privatizações ou venda de concessões", disse.

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