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Conflito entre acionistas da Tupy pode acabar

A Tupy decide fazer oferta pública de compra de suas ações ordinárias a R$ 10,49 por lote de mil. A decisão poderá acabar com o conflito envolvendo minoritários e os controladores da empresa de quase seis anos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O conflito envolvendo minoritários e os controladores da Tupy pode chegar a um desfecho, depois de quase seis anos de trâmite na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Bradesco e os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e Telos (ligado à Embratel), que são proprietários da Tupy, assinaram um termo de compromisso com a CVM para realizar nova oferta pública pelas ações ordinárias da companhia. Os termos da oferta foram apresentados no dia 24 deste mês ao mercado. Os controladores ofereceram aos minoritários R$ 10,49 por lote de mil papéis ordinários, mais correção pela TR até a liquidação financeira da operação. O caso da Tupy arrasta-se na CVM desde a transferência do controle da companhia, em 17 de outubro de 1995. A empresa de fundição pertencia à família Schmidt e foi vendida para o Bradesco e para os fundos Previ e Telos. Desde essa época, os acionistas reivindicam que a Tupy faça uma oferta pública de compra de ações ordinárias, pelo mesmo valor de venda da empresa, como exigia a Lei das Sociedades por Ações vigente. A Tupy chegou a anunciar a operação, mas o preço foi considerado baixo por alguns acionistas, e a CVM suspendeu a oferta. Dessa vez, os minoritários também não ficaram satisfeitos com o valor definido. Joaquim José Bueno, autor de várias ações contra a empresa, disse que o valor é "extremamente baixo". Bueno estima que a Tupy tenha sido vendida em 1995 por R$ 46 milhões, ou cerca de R$ 68,18 por lote de mil ações ordinárias. De acordo com os cálculos do minoritário, esse valor atualizado resultaria em algo entre R$ 135,00 e R$ 140,00 por lote de mil. O diretor da CVM Wladimir Castelo Branco Castro disse que a operação segue todas as condições legais. Segundo Castro, o valor da oferta está de acordo com o que foi pago por Bradesco, Previ e Telos pela Tupy. Castro afirmou que os documentos apresentados à CVM mostram que a aquisição foi feita por cerca de R$ 6 milhões, em valores da época. A oferta atingirá, exclusivamente, os papéis ordinários que estavam em circulação no mercado na data da transferência de controle. Com a conclusão da operação e observadas todas as condições divulgadas, o inquérito administrativo aberto pela CVM para apurar irregularidades no caso será arquivado.

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