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Congresso boliviano endossa contratos com petrolíferas

Nacionalização forçou dez estrangeiras, entre elas a Petrobras, a negociarem novos acordos de divisão de lucros; investimentos devem chegar a US$ 3,5 bi

Por Agencia Estado
Atualização:

Após seis meses de disputas políticas, os parlamentares bolivianos ratificaram na quinta-feira, 19, os contratos assinados com petrolíferas estrangeiras sob o regime de nacionalização do setor energético do país. "Deixe-me parabenizar a todos, porque com esta decisão vocês estão apoiando o histórico processo de nacionalização do setor de energia", disse o vice-presidente Alvaro Garcia Linera aos parlamentares após a votação. A decisão unânime, rara no polarizado Congresso boliviano, pode levar para um novo capítulo na nacionalização energética, decretada no ano passado pelo presidente Evo Morales. Morales também prometeu na quinta-feira negociar a aquisição de duas refinarias da Petrobras, empresa que mais investe nos campos de gás natural bolivianos. O país tem a segunda maior reserva de gás da América do Sul, atrás somente da Venezuela. "A Petrobras tem demonstrado disposição de vender 100% das ações das refinarias", disse Morales a jornalistas. A nacionalização forçou dez empresas estrangeiras, entre elas Petrobras, a francesa Total e a espanhola Repsol-YPF, a negociarem novos contratos para entregar maior fatia dos lucros ao governo. Os acordos foram assinados no final de outubro, endossados pela Câmara dos Deputados do país duas semanas mais tarde e pelo Senado em novembro. Mas erros na lei que ratificou os contratos forçaram o partido governista a enviar os acordos novamente ao Congresso no final de janeiro. Garcia Linera, que também é presidente do Congresso, convenceu as duas Casas do Parlamento a realizarem uma votação conjunta na quinta-feira. Autoridades bolivianas disseram que, sob os novos contratos, as empresas estrangeiras investirão US$ 3,5 bilhões no país nos próximos quatro anos.

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