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Congresso resiste à mudança na poupança

Por Fabio Graner
Atualização:

O Congresso Nacional deve dar muito trabalho para o governo, caso a equipe econômica formalize a intenção de mexer na Lei nº 8.177 e mudar a remuneração da caderneta de poupança. Lideranças da oposição e da base do governo reconhecem que o tema é sensível e um projeto de lei ou medida provisória correm riscos de não prosperar. Afinal, a poupança é o instrumento financeiro mais popular do País. O fato de as eleições de 2010 estarem se aproximando ainda pode inibir os parlamentares de aprovar uma medida que signifique perda de rentabilidade para pequenos investidores."Não acredito que haja ambiente político para essa discussão. Uma mudança no rendimento da poupança seria injusta com o pequeno poupador que, em nome da segurança, optou por ganhar menos", argumentou o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Alves avalia que, antes de tentar mudar a poupança, o governo deveria conversar com sua base. Alves sugeriu que o governo trabalhe com regras diferenciadas para aplicações na caderneta a partir de um determinado momento, evitando prejudicar quem já investe nela e, ao mesmo tempo, buscando conter uma migração de recursos dos fundos de investimento para a poupança, que hoje é a grande preocupação da área técnica do governo.O presidente do Democratas (DEM), deputado Rodrigo Maia (RJ), também acredita que haverá dificuldade na aprovação. "Não podemos deixar que o pequeno poupador pague o pato, enquanto o governo resolve o problema dos bancos", afirmou. "Isso pode gerar desconfiança em relação ao benefício de estar com o dinheiro aplicado. É preciso tomar cuidado para não sinalizar que o pequeno poupador estará mais uma vez perdendo."

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