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Conjunção de fatores leva dólar a bater R$ 2,00

Segundo analistas, o déficit de US$ 78 mi da balança comercial em fevereiro e o agravamento do conflito comercial com o Canadá foram a gota d´água para as compras de dólar hoje.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar comercial rompeu o patamar de R$ 2,00 hoje e fechou com alta de 0,75%, cotado na venda a R$ 2,0030 - o maior preço desde 24 de fevereiro de 1999. Com esse desempenho, a moeda contabiliza um ganho de 1,52% frente ao real em apenas três dias úteis deste mês. O avanço do comercial hoje refletiu o nervosismo do mercado e o aumento de ordens de compra por tesourarias de bancos, especialmente Bradesco, Citibank e Banco do Brasil. Segundo analistas, o déficit de US$ 78 mi da balança comercial nos primeiros dois dias úteis deste mês, que ampliou o desequilíbrio no ano para US$ 557 mi, e o agravamento do conflito comercial com o Canadá, causado pelas retaliações à importação de carne brasileira devido à suposta doença da vaca louca, foram a gota d´água para as compras de dólar hoje. Os profissionais de câmbio também afirmaram que o avanço da moeda foi sustentado pela aceleração da queda da Nasdaq, nos EUA, e da Bovespa, internamente, pela preocupação com o desaquecimento da economia norte-americana e seus efeitos sobre o País, pela frustração com o fluxo de recursos por conta do adiamento da licitação do Serviço Móvel Celular e, ainda, pelo aspecto político. O mercado avalia que a disputa pela presidência da Câmara e do Senado tende a prejudicar a aprovação de medidas importantes para o andamento das reformas no País. Bradesco e Citibank foram os destaques de compra hoje. Um experiente analista informou que o primeiro teria comprado dólar para honrar, em vez de rolar, uma dívida de US$ 110 mi, que está vencendo no exterior. O Citibank também teria adquirido a moeda para efetivar uma remessa de US$ 100 mi, segundo apurou a editora Andréia Lago, da coluna AE-Mercado. Durante todo o dia, o comercial operou em alta e a volatilidade foi acentuada. O preço da moeda oscilou 0,86%, entre a mínima de R$ 1,9890 e a máxima de R$ 2,0060. Mesmo com o forte movimento de compra, o giro financeiro somou US$ 2,35 bi ou 13% menor que os US$ 2,725 bi registrados na sexta-feira.

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