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Conselho aprova implantação da usina de Corumbá

A construção será no distrito de Antônio Maria Coelho, onde existe um dos maiores filões naturais de ferro do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo siderúrgico EBX, presidido pelo brasileiro, Erike Batista, ganhou mais uma etapa na escalada para em operação no Pantanal de Mato Grosso do Sul. No início da noite da última quarta-feira, o Conselho Estadual de Controle Ambiental autorizou, por meio de licença prévia, a implantação da indústria em Corumbá, no distrito de Antônio Maria Coelho, onde existe um dos maiores filões naturais de ferro do Brasil. A área a ser ocupada pela indústria é de 60 hectares, e foi doada à empresa pelo Governo do Estado, dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), criada em 1993. Existem mais duas fases a serem conquistadas, que dependem do cumprimento do que estabelece o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA-Rima). Segundo o estudo existe a possibilidade de geração de pelo menos 15 tipos de impactos ao meio ambiente, todos eles contornáveis, com o emprego de programas específicos, direcionados a solução ou amenização das conseqüências, conforme garantem os técnicos. A principal delas é exatamente a questão dos pontos de impactos. Entre eles estão a interferência sobre a cobertura vegetal e fauna local; geração de poeiras e gases; de efluentes líquidos, resíduos sólidos; alterações na paisagem; interferências com uso e ocupação das terras; pressão no quadro da saúde pública local e alteração no cotidiano da população. Resolvida, é aprovada a licença de instalação que é a construção da siderúrgica, e a seguir, finalmente a de operação. Investimentos Os investimentos chegam a US$ 75 milhões. A partir da licença de implantação, o prazo para construção do empreendimento é de 16 meses, gerando de 556 a 2.600 empregos na fase de construção e 230, na operação. A usina terá dois fornos e produzirá 375 mil toneladas por ano de gusa, para atender o Mercosul e mercado interno, operando com carvão vegetal. Estima-se que o consumo de carvão seja em torno de 216 mil toneladas por ano para atender a meta industrial. Prevendo essa demanda de carvão vegetal, está em desenvolvimento um projeto de reflorestamento de eucaliptos numa área de 33.800 hectares, para produção de 1,18 milhão de metros cúbicos de madeira/por safra. Entretanto, o prazo para o corte dessas árvores é de no mínimo seis anos. Até lá, a EBX vai adquirir, para o consumo na primeira fase do empreendimento, 70% do carvão vegetal já produzido no Brasil e o restante do Paraguai, de onde a importação será feita pela Hidrovia Paraguai-Parana. Compra Após a primeira colheita, ainda haverá compra no mercado de 20% do carvão a ser consumido. A partir do 15º ano, estima-se produção de 100%. Mas, segundo o ecologista Alcides Farias, presidente da organização Ecologia e Ação, pelo menos 30 entidades do gênero são contra a instalação da EBX no Pantanal. Ele lembra que o presidente da Bolívia, Evo Morales não concordou com o empreendimento em seu país, e uma das causas seria a utilização do carvão vegetal, em detrimento do gás natural. "Sabemos que a industrialização do ferro a partir do carvão vegetal é de qualidade superior em relação ao gás natural. Esse é apenas um do verdadeiro elenco de pontos que estão sendo levantados e estudados por organizações ecológicas nacionais e internacionais, visando uma discussão profunda sobre esse empreendimento. Ora, se não foi bom para a Bolívia, não será para os brasileiros".

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