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Conselho do FI-FGTS aprova aporte na Dutra

Com a decisão, CCR, concessionária da via, poderá receber recursos para fazer a recuperação da rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro

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Por Murilo Rodrigues Alves
Atualização:

BRASÍLIA - A concessionária de rodovias CCR, que tem como acionistas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, conseguiu autorização do conselho de investimento do FI-FGTS para que a Caixa Econômica Federal analise a proposta de aporte de R$ 590 milhões à recuperação da Rodovia Presidente Dutra. O Estado apurou que esse foi o único projeto votado e aprovado na reunião desta semana do comitê de investimento, formado por 12 integrantes, dos quais a metade indicada pelo governo e os demais, por representantes de centrais sindicais e de associações patronais. Cada operação do FI-FGTS - que usa o dinheiro do superávit do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - precisa ser autorizada por, ao menos, 9 dos 12 membros. Criado há seis anos, o fundo de investimento é atualmente a maior fonte de crédito para infraestrutura do País, depois do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com desembolso médio anual de R$ 3,7 bilhões. Essa não é a autorização final. Membros da diretoria executiva da Caixa, que fornece a garantia de crédito às operações, ainda precisam dar sinal verde para que o dinheiro possa ser liberado. Consultorias externas sobre a viabilidade do empreendimento embasam a decisão.Recuperação. Os quase R$ 600 milhões serão usados para recuperação dos 402 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra, ligação entre as duas maiores regiões metropolitanas do País: São Paulo e Rio de Janeiro. Outras 34 cidades são cortadas pela rodovia, que também é o principal elo entre o Nordeste e o Sul do Brasil. A CCR Nova Dutra assumiu a administração da rodovia em 1996, nas primeiras privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. No final de 2013, a carteira de investimentos do FI-FGTS somou R$ 29 bilhões. Para este ano, a Caixa tem sinal verde para aplicar o valor recorde de até R$ 10 bilhões. O banco estatal afirma que analisa mais de cem projetos de infraestrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia, saneamento e aeroportos. A previsão para os desembolsos neste ano foi feita a partir da necessidade de financiamento estimada em R$ 200 bilhões às empresas vencedoras de leilões de concessões oferecidas pelo governo. A CCR lidera, com 75% de participação, o consórcio Aerobrasil, que arrematou o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), em Belo Horizonte (MG). O grupo venceu o leilão da BR-163 no trecho que corta o Mato Grosso do Sul. Se receber sinal verde da área técnica da Caixa, não será a primeira vez que a CCR será financiada pelo FI-FGTS. No final de 2008, num momento em que a crise financeira internacional havia secado as fontes de crédito, a concessionária recebeu R$ 500 milhões para a recuperação das rodovias Dutra e Bandeirantes e para a ponte Rio-Niterói. O FI-FGTS resgatou as debêntures três anos mais tarde com um rendimento de 14,75% ao ano. A empresa foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se pronunciar. Dois outros projetos polêmicos não foram votados na reunião de julho e ficaram para agosto. O investimento de até R$ 500 milhões na Estre Ambiental, que tem como sócios Wilson Quintella Filho e fundos do banco BTG e da gestora Angra Infraestrutura. Embora tenha recebido um sinal verde do comitê de investimento, o aporte de até R$ 400 milhões no Estaleiro Atlântico Sul (EAS)também não entrou na pauta.

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