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Conselho libera duas variedades de milho transgênico

CTNBio havia aprovado no ano passado variedades transgênicas de milho da Bayer, Syngenta e Monsanto

Por Ligia Formenti , da Agência Estado e com Reuters
Atualização:

O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) aprovou hoje por 7 votos a 4 a liberação comercial de duas variedades de milho transgênico que já haviam sido liberadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A CTNBio havia aprovado no ano passado variedades transgênicas de milho da Bayer, Monsanto e da Syngenta. Entretanto, as sementes da Bayer e da Monsanto não foram liberadas para plantio comercial por conta de recursos ao CNBS contra a aprovação, apresentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O CNBS conta com a participação dos ministros de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; da Agricultura, Reinhold Stephanes; do Meio Ambiente, Marina Silva; e da Casa Civil, Dilma Rousseff, que preside o conselho. Variedades liberadas O milho da Bayer, denominado Liberty Link, é resistente ao herbicida glufosinato de amônio. Já o da Monsanto, o MON 810, é resistente a insetos. Essa variedade da Monsanto, aprovada nos EUA e na União Européia, é alvo de críticas da França, que quer proibi-la no país. Segundo fontes do setor produtivo que defendem o uso de grãos geneticamente modificados, os transgênicos poderiam elevar a produtividade ao mesmo tempo em que reduziriam custos de produção. O milho MON 810, segundo comunicado da Monsanto, proporciona uma redução do uso de inseticidas e consequente diminuição da contaminação do solo e de lençóis freáticos por resíduos químicos. Outra vantagem, afirmou a empresa, tem relação com o controle seletivo a insetos, pois a "tecnologia só é eficaz a pragas que atacam a lavoura, sem que as demais comunidades do bioma sejam afetadas, como pássaros, joaninhas ou outros insetos não-alvo". O grupo ambientalista Greenpeace divulgou nota repudiando a liberação, afirmando que os ministérios que votaram a favor do milho transgênico ignoraram "documentos importantes que colocam em dúvida a segurança desses milhos". A organização promete iniciar campanha para "alertar a população brasileira sobre os riscos desses produtos". Processo Com a aprovação do CNBS, caberá agora ao Ministério da Agricultura registrar essas variedades transgênicas, um procedimento burocrático que não deve se prolongar por muito tempo, até porque o ministro Reinhold Stephanes, o relator do processo no CNBS, foi favorável à aprovação do milho geneticamente modificado. Se nenhuma decisão judicial barrar o processo, o que já aconteceu durante o trâmite para a aprovação do milho transgênico, haveria sementes disponíveis para plantar o cereal geneticamente modificado na segunda safra do ano que vem (2008/09), segundo uma fonte do governo. Com a autorização, as empresas detentoras das patentes dos produtos fariam a multiplicação das sementes na safra de verão 08/09 e depois poderiam oferecê-las em um volume maior para a safrinha. Ficou para uma próxima reunião a análise do milho da Syngenta. Texto ampliado com mais informações às 18h11

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