CONTEÚDO PATROCINADO

Conselhos que podem custar caro

Limites da atuação dos influencers estão na mira dos órgãos reguladores

Publicidade

PUBLICIDADE

Por Redação
2 min de leitura
Getty Images 

O maior interesse dos jovens pelos investimentos de renda variável tem sido impulsionado pela tecnologia, que trouxe grande facilidade para realizar as operações e informação farta a todos que desejam conhecer melhor o mercado financeiro.  É um cenário que tem os influencers como protagonistas – força confirmada pela pesquisa da B3 com os novos investidores da Bolsa. Diante do questionamento sobre como aprenderam a investir, 73% dos entrevistados citaram os influenciadores e os canais do YouTube, numa lista de múltiplas opções. A segunda mais votada também tem relação com a internet – “Plataformas online”, com 45% das citações, enquanto “Gerente ou assessor financeiro” aparece apenas com 7% das indicações. A atuação dos influenciadores que falam sobre investimentos pessoais nas redes sociais vem chamando a atenção dos órgãos reguladores, pois muitas vezes há uma grande semelhança com as atividades reguladas, que só podem ser exercidas mediante registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).  Um exemplo é a atividade de analista de valores mobiliários, exercida por profissional ou empresa autorizada a emitir os chamados relatórios de análise, com informações que podem influenciar as decisões dos investidores. Os influencers muitas vezes seguem essa mesma lógica, de tal forma que a linha que separa o analista do influenciador se torna tênue.  A CVM tem se empenhado em esclarecer as situações em que o registro é obrigatório, inclusive para ajudar o consumidor a escapar de armadilhas e golpes relacionados à oferta de investimentos. Com esse objetivo, a instituição se uniu à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para lançar, no fim do ano passado, o portal Se Liga na Fraude, que reúne informações históricas e atuais sobre fraudes financeiras e dicas sobre como se proteger.

Formação e informação Enquanto os influencers atingem milhares de pessoas e falam de forma sempre genérica, um dos fatores essenciais que diferenciam o trabalho de um especialista é a customização ao perfil e ao momento de vida de cada investidor. “Não existe a carteira de investimentos ideal para todo mundo. Cada cliente tem peculiaridades que parecem irrelevantes para quem não é especialista, mas que são determinantes para o êxito dos investimentos”, diz o economista Fabio Louzada, CEO da startup Eu Me Banco. A startup atua na formação de consultores e assessores de investimentos. Em dois anos de operação, 10 mil alunos passaram pelos seus cursos, com o objetivo de adquirir as habilidades necessárias para montar boas carteiras de investimentos e fazer os exames de certificações financeiras que ajudam a separar o joio do trigo.  “É inadmissível que o cliente puxe uma conversa sobre investimentos e descubra que sabe mais sobre o tema do que o profissional”, observa Louzada. “Por isso as certificações se consolidam como pré-requisito em vagas relacionadas com produtos de investimento. Existe um esforço dentro dos bancos e cooperativas para certificar equipes inteiras.” Além da assessoria especializada, os investidores podem buscar informações em instituições de referência. Muito conteúdo educativo é oferecido pela própria B3 (por meio do hub edu.b3.com.br), pelos órgãos reguladores – como o Banco Central e a CVM –, além das instituições financeiras autorizadas a operar, a exemplo de bancos e corretoras. Muitos influenciadores também podem empurrar produtos e ações com segundas intenções. Levando a perdas financeiras significativas caso não sejam entendidos todos os riscos atrelados ao investimento. (MO)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.