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Consórcio pode trazer muitas desvantagens

Um consórcio não pode ser comparado a um financiamento, pois o participante começa a pagar antes de receber o bem. Além disso, as taxas de administração encarecem o produto e podem ser comparadas a uma taxa de juros.

Por Agencia Estado
Atualização:

A compra de imóveis por meio consórcio deve ser analisada com cuidado. De acordo com o matemático José Dutra Vieira Sobrinho, existem desvantagens financeiras que trazem prejuízos para quem faz essa opção. "A compra de um consórcio pode ser um ótimo negócio, um bom negócio, um negócio razoável ou um péssimo negócio. Isso vai depender do tempo que o consorciado terá que esperar para receber o imóvel", afirma o matemático. Além disso, ele destaca que é errônea a idéia de comparar consórcio com financiamento. Isso porque, no consórcio, a entrega do bem só é feita por sorteio ou por lance. Ou seja, a pessoa começa a pagar, mas não recebe o bem no ato. No caso do financiamento, a entrega do bem é feita logo no início, quando a pessoa começa a pagar as prestações. O matemático também informa que é enganosa a propaganda de que o consórcio não tem juros. "O fato é que a taxa de administração acaba funcionando como uma taxa de juros", afirma. Segundo ele, no exemplo de um plano de 120 meses e uma taxa de administração de 18%, como o lançado pela Caixa Econômica Federal (CEF) ontem, para ter direito a uma carta de crédito de R$ 100 mil, o consorciado pagaria prestações de R$ 983,33, sem levar em conta a correção inflacionária. "A taxa de juros nessa simulação é de 0,29%ao mês. Se fossem descontados os juros, o consorciado teria que receber uma carta de crédito de R$ 118 mil no final do plano", afirma o economista. CEF: custo maior nas primeiras prestações O consórcio lançado pela Caixa estipula que a taxa de administração, que varia de 14% a 18%, seja distribuída pelas mensalidades do plano, sendo que uma parte dela, de 1% do valor da carta de crédito, seja antecipada integralmente para as primeiras quatro parcelas. Ou seja, nesse exemplo, o consorciado deveria pagar durante os primeiros quatro meses R$ 1.225 e mais 116 parcelas de R$ 975,00. Nesse cálculo, o matemático não levou em conta o seguro e o fundo de reserva do plano. Com esses custos, nesse exemplo de 120 meses com carta de crédito de R$ 100 mil, as primeiras quatro parcelas seriam de R$ 1.333,44 e as restantes de R$ 1.083,44. "O consorciado um seguro de R$ 66,77 mais 5% como fundo de reserva que, no final do plano, será devolvido. No caso da Caixa, isso de fato deve acontecer, já que trata-se de uma instituição confiável", explica o matemático. Veja nos links abaixo os cálculos do matemático mostrando as desvantagens do consórcio para quem não é sorteado no início do plano e para quem dá lances muito elevados. Veja também a cartilha completa sobre o assunto.

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