PUBLICIDADE

Publicidade

Consórcio quer aumentar em 50% exportação de cachaça

Por Agencia Estado
Atualização:

Consórcio formado entre produtores de aguardente da região de Ribeirão Preto e Piracicaba terá a meta de ampliar as exportações de cachaça em quase 50% este ano, informou nesta quarta-feira o presidente da Cooperativa de Produtores de Aguardente do Estado de São Paulo, Irineu da Silva. Segundo ele, a cooperativa congrega hoje cerca de 20 grandes produtores e fornecedores de aguardente para companhias como o Grupo Muller, engarrafador da Caninha 51, uma das líderes em vendas no mercado interno e internacional. A expectativa é de que com os primeiros contratos que estão sendo fechados com Portugal, Espanha, Itália e França, a Copacesp possa exportar a granel até 10 milhões de litros de cachaça até o final de 2002, de um total de 120 milhões de litros produzidos pelos cooperados. "A intenção é voltar aos números de 1987, quando a cooperativa atingiu uma produção de 420 milhões de litros", diz. Apenas para comparação, em 2001, o Brasil exportou quase 20 milhões de litros de um total de 1,3 bilhão produzidos, perfazendo algo em torno de US$ 8,5 milhões. Os dados ainda estão sendo fechados pela Associação Brasileira de Cachaça, mas a expectativa é que as exportações sejam impulsionadas neste ano pelo decreto assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em dezembro. O decreto dá nova redação ao anterior, de número 2.314, de 4 de setembro de 1997, e regulamenta a lei de 1994, que dispõe sobre padronização, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização de bebidas. A associação prevê levar neste ano a mesma disputa para o nível internacional. Para isso, a associação chegou a criar seu "braço paulista", que deve tratar diretamente do marketing da cachaça nos países europeus e asiáticos principalmente. A Associação Paulista da Cachaça, com 18 sócios fundadores, entre engarrafadoras e produtores, deve ter a burocracia de sua autorização finalizada até o fevereiro. Para o presidente escolhido para a entidade, Caio Gudman, da Destilaria Capuava , assim que "todos os papéis estiverem corretos, a associação entra em campo para exportar no minuto seguinte". A função da associação será orientar os associados e promover junto ao Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Cachaça o conceito de qualidade entre os produtores e ainda contribuir para o desenvolvimento do marketing do produto no exterior. Para Gudman, a estimativa de dobrar o volume de exportações, feita pela Copacesp, é "otimista ao extremo". "Temos um potencial de demanda muito elevada no mundo todo, que pode ser bem explorado, mas o Brasil ainda carece da qualidade para atender a esse mercado exigente", disse. A Alemanha é hoje o país que mais importa a cachaça brasileira. Os negócios entre os dois países chegaram a US$ 2 milhões em 2 001, mas segundo técnicos do setor, o "boom" para as exportações brasileiras só ocorreria com a conquista dos Estados Unidos e ainda com a abertura do mercado asiático. Para a conquista do mercado americano, a assinatura do decreto em dezembro foi um dos principais passos, já que havia nos Estados Unidos discussões sobre a classificação da cachaça. "Os Estados Unidos tentavam classificar o produto como rum, para tentar adquirir o produto do mercado brasileiro, o que não diferenciava o produto brasileiro . Com o decreto, teremos mais uma arma para brigar por este reconhecimento da nomenclatura exata da bebida", diz Gudman.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.