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Construção vê 2.º semestre com otimismo

Para empresários presentes no Top Imobiliário, aprovação da reforma dará impulso ao setor

Por Bárbara Nascimento
Atualização:

O setor de construção está otimista com o segundo semestre. Empresários do segmento presentes no prêmio 26.º Top Imobiliário, realizado pelo Estado em parceria com o Secovi e com a Embraesp, afirmaram que a aprovação da reforma da Previdência deve ter peso importante nas expectativas e ajudarão a garantir desempenho positivo. Eles minimizaram ainda o impacto, sobre o setor, das mudanças que o governo quer fazer nas regras do Minha Casa Minha Vida.

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Segundo os empresários, porém, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, uma recuperação só deve vir com o crescimento sustentável e a volta da geração de emprego e renda. “O segundo semestre deve trazer melhora porque a reforma tem tudo para ser aprovada”, disse Rodrigo Luna, presidente da Plano & Plano, vencedora do prêmio de melhor incorporadora. “Mas a retomada do emprego e da renda não vai ser do dia para a noite.”

Para Paulo Curi, presidente da Cury Construtora, uma retomada significativa só deve ocorrer em 2020.

Evento de premiação do Top Imobiliário reuniu empresários do setor na 26.º edição, em São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Francisco Mesquita, diretor-presidente do Grupo Estado, disse que as dificuldades existem, mas que o setor tem tido resiliência para enfrentá-las nos últimos anos. “O setor adotou em 2019, como palavra de ordem, o otimismo. Com cautela, é verdade, mas ainda assim com capacidade de enxergar que o momento é de arregaçar as mangas e trabalhar”, disse.

Presente no evento, o secretário de Habitação do Estado, Flávio Amary, afirmou que o governo estadual está priorizando as parcerias público-privadas e prometeu “criatividade” para trazer mais inovação e desburocratizar o setor produtivo.

Os empresários minimizam ainda as mudanças que o governo pretende fazer nas regras do MCMV – entre elas, a criação de parcerias público-privadas para empreendimentos e uma forma de pagamento similar à de leasing, transferindo o direito de propriedade ao usuário no final da operação. Isso porque as principais alterações devem ser feitas na faixa 1 do programa, focada nas famílias de mais baixa renda, com subsídio de até 90% pelo governo. Para os empresários, as mudanças garantirão a continuidade do programa.

Gerente comercial da Tenda, que levou o primeiro lugar entre as construtoras, Eneias Santos, diz que a empresa pode passar por um “freio de arrumação” com a mudança, mas o importante é que “o saneamento dos recursos públicos vai possibilitar o prolongamento do programa”.

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Luna diz ainda que, apesar das dificuldades orçamentárias da União, há a percepção consolidada de que a manutenção do MCMV é importante para o País. “Sabemos que a manutenção do Minha Casa Minha Vida é uma questão de desenvolvimento econômico”, disse. “Depois de dez anos, porém, precisa de alguns ajustes e o governo tem tido o cuidado de consultar a sociedade e o setor.”

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