Construtoras fazem tudo para vender

Para reduzir insegurança do consumidor e aproveitar condições de financiamento, empresas oferecem até instalação de ar-condicionado

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Por Douglas Gavras 
Atualização:
2 min de leitura

Há pouco mais de um mês, o casal Tiago Batista, de 37 anos, e Dayana Marques, de 34, foi a um estande de vendas na Grande São Paulo decidido a comprar seu primeiro imóvel. Saiu de lá com um desconto de R$ 5 mil no valor final, não precisou pagar pelo registro do apartamento e ainda ganhou uma churrasqueira para a futura varanda. 

“Desde o começo do ano, a gente fazia planos de comprar uma casa. Quando veio a pandemia da covid-19, ficamos assustados, pensando se agora seria o momento de dar um passo tão importante. Até que a minha irmã financiou um apartamento lá e nos aconselhou a conhecer o condomínio”, diz Tiago. 

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Para aumentar as vendas no segundo semestre e evitar que as incertezas da economia por conta dos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus no País paralisem o consumidor, as incorporadoras estão se preparando para oferecer descontos e brindes para quem planeja comprar a casa própria. 

“O País tem um déficit habitacional de 7,8 milhões de moradia e que deve chegar a 9,6 milhões em dez anos. As pessoas querem comprar suas casas e nunca se teve tanto recurso para os bancos financiarem”, diz o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França.

Ele lembra que, ao se olhar para os últimos dez anos, a valorização dos imóveis ficou acima dos juros básicos. “Quem optou por comprar uma residência lá atrás passou a morar melhor e não perdeu dinheiro. E quem quer investir em um imóvel agora pode aproveitar os juros historicamente baixos.”

Fátima de Mattos financiou a compra de um apartamento emSão Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Apesar da pandemia, a funcionária pública Fátima de Mattos, de 57 anos, por exemplo, seguiu com os planos de comprar um imóvel na capital paulista. Em busca de mais segurança, a família vai trocar a casa por um apartamento. “O financiamento saiu mais rápido do que eu esperava. A prestação foi uma surpresa também, ficou 15% mais baixa do que nas simulações. No fim, foi a decisão correta: alugar um imóvel no mesmo prédio custa R$ 2.400. Vou pagar R$ 2.280 de prestação.”

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Vende-se. As ofertas das construtoras vão desde descontos e assessoria gratuita para dar entrada no financiamento à instalação de benfeitorias nos imóveis sem custos adicionais. 

Na MBigucci, uma modalidade tem chamado a atenção dos investidores. A construtora oferece a opção de venda de imóveis já alugados em condomínios novos. “O investidor compra a unidade locada, com móveis e pisos. E temos uma campanha de vendas, até setembro, com descontos de até 15%, para ‘queimar’ estoque”, diz o diretor de vendas, Robson Toneto.

“Queria investir em um imóvel e acabei optando por um já alugado. No fim, o valor da locação cobre 85% da prestação que pago pelo financiamento”, compara o analista de sistemas Antonio Tavares Neto, de 36 anos.

A Vivaz, marca da Cyrela, também tem dado descontos este mês. “E quem comprar um imóvel em agosto concorre a R$30 mil em prêmios. Além disso, custeamos as despesas de documentação”, conta João Quina, gerente de vendas da empresa.

A Danpris, da Grande São Paulo, também dá documentação grátis, o que equivale a uma economia de 3% para o cliente. Já a SKR não cobra pela estrutura de ar-condicionado e nem pelo piso das áreas sociais. A Ekko é outra que passou a oferecer a instalação do ar-condicionado. 

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