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Consultor apóia decisão de não renovar com FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O consultor da InterB, Cláudio Frischtak, endossou a decisão do governo de não renovar o acordo com o FMI. "Esta é uma vitória da equipe econômica. Fizeram bem em não renovar, porque eu acho que o Brasil já tem condições de embarcar nessa nova etapa de não renovação", disse, em entrevista ao Conta Corrente, da "Globo News". "Agora, certamente isso impõe maiores restrições à política econômica brasileira. Não menores, mas maiores", frisou Frischtak. "Nós não temos mais o cobertor do Fundo. Conseqüentemente, a credibilidade é fundamentalmente baseada nas ações do próprio País." Ao mesmo tempo em que terá que demonstrar maior austeridade fiscal, o consultor prevê que o governo deverá suavizar a política monetária, o que produzirá reflexos já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. "Eu não acredito que o Banco Central volte a apertar o torniquete monetário na próxima reunião, até porque já houve um arrefecimento na demanda", ponderou Cláudio Frischtak. Ele também previu que o governo deverá afrouxar as metas de inflação. "O bom senso sugere que haja um arrefecimento no torniquete monetário e se faça algum ajuste nas próprias metas, ou explícita ou implicitamente. Eu estou apostando que este ano a inflação vai fechar em torno de 6%." Frischtak disse também que, sem a proteção do FMI, o governo terá que aumentar o superávit primário. Na avaliação do consultor, como não haveria condições políticas para novos aumentos de impostos, o único caminho seria o governo fazer um corte de gastos. "Por outro lado, a equipe econômica ganhou poder político nesse processo e eu acho que ela vai poder negociar, dentro do governo, uma melhoria na qualidade e no volume dos gastos", previu o consultor. "O governo precisa fazer alguma coisa em relação a essa expansão rápida dos gastos que ocorreu em 2004."

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