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Consultores aconselham a adiar negócios em dólar

Em razão da crise nos EUA, momento não é favorável a viagens para o exterior nem para comprar eletrônicos com componentes importados

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

O consumidor que está prestes a comprar um pacote de viagem para o exterior ou o notebook dos sonhos deve adiar, por enquanto, os planos. Também as aplicações em ações e em dólar estão fora das recomendações de especialistas em finanças pessoais.  ouça a analise de Celso Ming Com o acirramento da crise imobiliária nos Estados Unidos e a subida do dólar, que rompeu ontem a barreira de R$ 2, especialistas dizem que o cenário atual exige cautela. "O momento não é favorável para comprar produtos de alta tecnologia", afirma o consultor financeiro Marcos Crivelaro. Como esses produtos eletrônicos têm boa dose de componentes importadas e, portanto, os preços são balizados pelo dólar, a perspectiva é de que subam, se a crise persistir. O mesmo raciocínio é válido para os pacotes de viagens internacionais cotadas em dólar e para gastos em cartão de crédito no exterior. Neste momento, ambos devem ser evitados. No caso de uma viagem para o exterior que não pode ser adiada, o melhor é pagar as despesas em dólar e não usar o cartão de crédito, recomenda o administrador de investimentos independente Fabio Colombo. "O momento é defensivo", afirma o administrador. Colombo observa que até agora ninguém sabe a extensão da crise e, do ponto de vista dos investimentos, a alternativa recomendável para quem tem dinheiro disponível para investir são as aplicações em fundos pós-fixados. Ele argumenta que esse tipo de aplicação é mais segura porque é remunerada pelos juros. E o País tem uma das taxas mais altas do mundo. Se a crise se acirrar e o dólar continuar a sua escalada, a tendência é de que os juros subam no mercado interno ou fiquem estáveis, o que garante a rentabilidade. "Para o investidor que tem aversão ao risco, o melhor é manter o dinheiro aplicado em fundos de renda fixa, que refletem menos as oscilações do mercado", diz o consultor em finanças Cláudio Carvajal. Ele observa que, para investidores mais arrojados, tanto o dólar como as aplicações em ações são opções interessantes. No caso das aplicações em dólar, a perspectiva é de que suba ainda mais com o acirramento da crise, prevê Carvajal. Portanto, quem comprar a moeda americana agora pode obter algum diferencial de preços. No caso das aplicações em ações, o momento pode ser interessante, se o investidor comprar os papéis nessa fase de baixa, especialmente de empresas com negócios no exterior. RECOMENDAÇÕES >Consumo: Adiar a compra de produtos eletrônicos de alta tecnologia, como equipamentos de informática, por exemplo. Os preços desses itens devem subir porque têm uma boa parte de componentes importados, que são cotados em dólar >Turismo: Evitar a antecipação de pacotes de viagens internacionais com preços fechados em dólar. Com a elevação do câmbio, o preço pode subir em reais. >Despesas no exterior: Evitar gastos no exterior com pagamento em cartão de crédito para escapar do risco da alta do câmbio no dia de quitar a fatura. O melhor é comprar dólar para pagar as despesas no exterior em moeda local. >Investimentos: Aplicação em fundos de renda fixa pós-fixados é a mais recomendável para investidores que não querem correr risco. A rentabilidade dessa aplicação segue o juro de mercado e o País tem as maiores taxas do mundo. >Ações: Aplicações em ações e dólar são interessantes no momento para investidores que não têm aversão ao risco. Neste caso, é recomendável a compra de ações de companhias com negócios no exterior.

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