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Consumidor de renda alta também reclama

Preço de alimentos é o alvo principal

Por Marianna Aragão
Atualização:

Apesar de serem consideradas ''''ricas'''', segundo os parâmetros da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias com renda igual ou superior a R$ 3.875,78 também reclamam do aperto no orçamento causado pelas despesas com alimentação. O publicitário Fábio Porcelli, de 44 anos, que fazia compras na tarde de ontem em um supermercado da zona central de São Paulo, acredita que, mesmo sem inflação, os preços dos alimentos continuam subindo. ''''Ou são os comerciantes que querem ampliar o lucro, ou os fabricantes que reduzem o peso dos produtos e mantêm o valor.'''' Casado e pai de duas crianças, ele estima gastar em média R$ 1 mil por mês no supermercado - o equivalente a 10% de sua renda familiar mensal, de R$ 10 mil. A alta no preço dos alimentos no varejo também foi sentida pela comerciante Nedri Murad, de 71 anos, que costuma deixar um terço de seu rendimento, ou cerca de R$ 1,2 mil, no caixa do supermercado todos os meses. Segundo ela, o gasto com alimentação está pesando mais no orçamento do que há alguns anos. Nem por isso, porém, ela deixou de adquirir supérfluos. Ontem, por exemplo, Nedri enchia o carrinho com bebidas, frutas, queijos e outros ingredientes para preparar uma festa de aniversário em sua casa. ''''Não deixei de comprar nada'''', conta a comerciante, que vai ao supermercado ''''pelo menos'''' uma vez por semana. ''''Subiu tudo'''', diz a aposentada Manira Kallas, de 89 anos. Ela reclama, principalmente, do aumento no preço dos produtos de limpeza. ''''São os itens que mais pesam na conta final.'''' A constatação, porém, pouco mudou os hábitos de compra da aposentada. Manira, viúva, segue gastando cerca de R$ 2 mil para abastecer a despensa da casa onde mora sozinha. ''''Tenho de estar preparada para a visita dos netos.''''

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