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Consumidor perde renda e se endivida menos

Entre os primeiros semestres de 2013 e de 2016, diminuiu de 62% para 58% a proporção de famílias endividadas nas capitais brasileiras

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Por Redação
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Entre os primeiros semestres de 2013 e de 2016, diminuiu de 62% para 58% a proporção de famílias endividadas nas capitais brasileiras, segundo a Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, da FecomercioSP. É um indicador preocupante para o comércio, que depende das vendas a crédito para realizar suas operações, mas com significado positivo para as famílias, que continuam se esforçando para ajustar as contas e atenuar os riscos de inadimplência. Entre 2013 e 2016, reduziu-se de quase 400 mil o número de famílias com excesso de dívidas – de 9,44 milhões para 9,06 milhões. Em valores reais, as dívidas avaliadas pela pesquisa caíram de R$ 15,2 bilhões para R$ 14,2 bilhões, reduzindo-se de 2,6% o valor médio das dívidas das famílias, de R$ 1.611 para R$ 1.569. Com o mercado de trabalho fraco, a renda real muitas vezes em declínio e ainda por cima com os juros excessivamente elevados, muitas famílias procuram evitar o crédito. Neste ano, tomaram 11% menos empréstimos do que há três anos, mas pagaram mais 6,3% em juros, devido à elevação da taxa média mensal de 2,9% para 3,7% no período. Em São Paulo, caiu 7,5% o número de famílias com dívidas. Em setembro, pouco mais da metade (51,7%) das famílias paulistanas incluía-se entre as endividadas, 3 pontos porcentuais menos do que em setembro de 2015. Outra pesquisa da FecomercioSP revelou que o cartão de crédito, utilizado por 72,6% das famílias paulistanas, é o maior responsável pelo endividamento. Trata-se da saída mais fácil, mas também a mais onerosa para o consumidor. Com base de dados diferente dos da Fecomercio SP, o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor de Crédito mostrou que a quantidade de pessoas que buscaram crédito em setembro caiu 3,6% em relação a agosto. O recuo foi de 3,5% para os consumidores com renda de até R$ 500 mensais; de 3,6% para quem ganhou de R$ 500 a R$ 2 mil por mês; de 3,8% para rendas entre R$ 2 mil e R$ 5 mil; de 3,7% para o estrato de R$ 5 mil a R$ 10 mil; e de 3,3% para os que percebem mais de R$ 10 mil mensais. Só na comparação entre 2015 e 2016 houve aumento da demanda de crédito, de 2,2% entre os meses de setembro dos dois exercícios. Os consumidores parecem esperar sinais mais claros de retomada do ritmo da atividade econômica e de estabilização do nível de emprego para tomar mais empréstimos.

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