PUBLICIDADE

Publicidade

Consumidor volta às compras com fim do racionamento

Por Agencia Estado
Atualização:

As lojas de eletroeletrônicos estão otimistas com o anúncio do fim do racionamento de energia elétrica. A expectativa é de retomada das vendas, pois desde junho, quando teve início a economia compulsória de energia, os números do setor estão em baixa. No próximo dia 19, haverá uma reunião da Câmara de Gestão da Crise de Energia (GCE) para decidir a data exata do fim do racionamento. Mas o presidente da Câmara, Pedro Parente, já comentou que são "remotas" as chances de as metas de consumo continuarem em vigor até março. "Em janeiro, quando o governo começou a cogitar o fim do racionamento, já começamos a sentir um aumento das vendas", diz o gerente da Brasimac do Shopping West Plaza, Dênis Vulto. "Nossos negócios aumentaram em 10% em relação a 2000. Daqui para frente, esperamos resultados ainda melhores". Casamentos esquentam as vendas Segundo Vulto, os três primeiros meses do ano costumam ter bons resultados por causa do "grande número de casamentos". "Mas, com o racionamento, esperávamos que os negócios ficassem, no máximo, estáveis.Ainda bem que o governo está voltando atrás". Os maiores responsáveis pelo aumento das vendas, explica o gerente, são os produtos "da temporada": ar-condicionado e ventilador - que venderam 20% a mais do que no ano passado. O Ponto Frio tentou driblar a queda das vendas com promoções durante o segundo semestre do ano passado. Produtos como forno de microondas e freezers, considerados "vilões" do consumo de energia, tiveram os preços reduzidos em diversas campanhas.A loja não revela de quanto foi a queda nas vendas desde junho. Mas, de qualquer maneira, espera reverter esse quadro.A diretora de vendas e marketing da rede, Marisa Araújo, já notou que o número de pessoas que estão fazendo "pesquisa de preço" está crescendo. "Por causa do racionamento, o brasileiro adiou a compra de eletroeletrônicos. Com o anúncio do governo, todo mundo está pensando em comprar novos produtos". Marisa aposta na retomada das vendas de microondas e de produtos chamados "inteligentes" - que gastam menos energia elétrica. A maior rede de varejo do País, as Casas Bahia, comemora o aumento de 25% nas vendas registrado nas primeiras semanas de janeiro, em relação a igual período do ano passado. Entre junho e julho, a empresa chegou a registrar queda de 60% nas vendas de eletrodomésticos. Para tentar compensar essa perda, no segundo semestre de 2001 as Casas Bahia investiram em campanhas para incrementar a venda de móveis - e conseguiu dobrar as vendas desse segmento, que hoje ocupam 30% dos negócios da rede. Dessa forma, conseguiu superávit de 12,5% nas vendas na comparação com 2000. A estratégia a ser seguida pela empresa este ano é a mesma de 2001, apesar do fim do racionamento: investimento grande em propaganda e marketing, para atrair consumidores, além de planos especiais de pagamento, em até 25 parcelas. Em 2001, setor caiu 6,8% A Eletros, que reúne os fabricantes de produtos eletroeletrônicos, também espera aumento de vendas com o fim do racionamento. Dados da entidade mostram que, em 2001, as vendas do setor tiveram queda de 6,8% na comparação com o ano anterior.A expectativa não era das melhores - justamente por conta do racionamento. "As vendas registraram uma recuperação gradual nos últimos meses do ano, mas não foi suficiente para reverter o impacto causado pelo racionamento, conforme já prevíamos", explica o presidente da Eletros, Paulo Saab. Com esse desempenho, destaca ele, o setor voltou praticamente ao patamar do final de 1999.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.