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Consumo de energia no País caiu 5,7% em maio

Por Agencia Estado
Atualização:

O consumo de energia elétrica no País caiu 5,7% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Eletrobrás. A redução ainda reflete o efeito do racionamento iniciado em junho do ano passado, que se estendeu até fevereiro deste ano. Mas, na avaliação do chefe do Departamento de Estudos de Mercado da Eletrobrás, Amilcar Guerreiro, o desaquecimento da indústria, especialmente na região Sudeste, também vem contribuindo muito para o baixo consumo. A Eletrobrás trabalhava com uma taxa de redução do consumo de energia em maio de 2%. O corte maior, que deve se repetir também em junho, segundo Guerreiro, fez a estatal rever a sua previsão de crescimento de demanda por eletricidade no ano de 6,5% para algo entre 3% e 4%. A projeção é de que o consumo brasileiro deste ano atingirá 293,5 terawatts, equiparando a demanda de 2002 à de 1999, quando foram consumidos 292,2 terawatts. Ou seja, o consumo brasileiro de energia "recuou" o equivalente a três anos. Guerreiro admite que características de comportamento do mercado verificadas durante o racionamento se mantiveram em maio com o segmento residencial sendo o principal responsável pela queda no consumo. Segundo ele, no que se refere ao consumidor domiciliar, a queda foi resultado de dois fatores: a consolidação de uma mudança de hábitos trazida pelo racionamento e o aumento de tarifas, que inibiu o consumo. Foram consumidos 24,8 mil megawatts (MW) de energia em maio, ante os 26,3 mil MW do mesmo mês de 2001. A diferença corresponde, em termos absolutos, a uma quantidade de energia maior do que a consumida mensalmente na região Centro-Oeste, que é de 1,4 mil MW. De janeiro a maio, a redução do consumo de eletricidade foi de 12,3%. No segundo semestre, o consumo deve crescer 18,3% em relação a igual período do ano passado, segundo projeções da Eletrobrás. O crescimento será basicamente por "efeitos estatísticos", considerando que o País estava sob racionamento de energia na segunda metade de 2001. "Aos poucos, o crescimento programado no consumo voltará a crescer, para uma dinâmica entre 5% e 6% ao ano", diz Guerreiro. As empresas de agronegócios e a indústria voltada à exportação garantiram aumento de crescimento do consumo de energia industrial nas regiões Sul e Centro Oeste em maio. No Sudeste, o consumo industrial em maio caiu 6,5%, enquanto o residencial recuou 13,4%.

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