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Consumo do governo cresce 12%

IBGE revela expansão superior à que consta no relatório do PAC

Por Sergio Gobetti
Atualização:

O consumo da administração pública aumentou mais do que o consumo das famílias no primeiro semestre deste ano, ao contrário do divulgado pelo Ministério da Fazenda no documento de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o chamado consumo dos governos cresceu 12,19% entre 2006 e 2007, enquanto o consumo das famílias aumentou 9,80%. O Ministério da Fazenda omitiu essa comparação de seu documento, preferindo utilizar a variação do chamado índice de volume dos gastos do governo. Nesse caso, o consumo das famílias apresenta crescimento de 5,9%, e o do governo, apenas 3,9%, correspondente ao aumento do número de servidores e da quantidade de produtos adquiridos. O problema é que esse dado não considera o efeito do reajuste de salários ao funcionalismo, que teve um custo real aos cofres públicos, mas que na contabilidade das Contas Nacionais aparece apenas como inflação. A discrepância fica clara quando se compara o deflator do consumo do governo, 7,9%, e do consumo das famílias, 3,7%. Os preços pagos pelo governo cresceram mais do que no restante da economia justamente porque os salários do funcionalismo cresceram expressivamente no ano passado. "O crescimento em volume do consumo público é baixo não porque o governo não esteja gastando, mas porque não está produzindo um volume maior de bens públicos. Em compensação, o custo dos bens públicos continua subindo expressivamente", disse o economista Fernando Montero, da Corretora Convenção. De acordo com ele, o consumo público cresceu de 18,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2006 para 19% no primeiro semestre deste ano. "Portanto, esse consumo contribuiu para reduzir a poupança e não para aumentá-la", acrescentou Montero.

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