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Consumo do governo no trimestre se iguala a recorde de 2002

Se comparado ao 4º trimestre de 2007, o consumo do governo é 15 vezes superior ao consumo das famílias

Por Adriana Chiarini , Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

O crescimento do consumo do governo no primeiro trimestre deste ano se igualou ao recorde alcançado em 2002, que também foi ano eleitoral, como 2008. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a alta foi de 5,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Veja também: Investimento é recorde e economia cresce 5,8% no 1º trimestre Mercado vê PIB em leve desaceleração A medida do crescimento do País   Se comparado ao quarto trimestre de 2007, o ritmo do crescimento do consumo do governo é 15 vezes superior ao do consumo das famílias. A alta foi de 4,5%, enquanto o crescimento do consumo das famílias foi de 0,3%. A ampliação das despesas administrativas em relação ao trimestre anterior é a maior da série com ajuste sazonal, iniciada em 1996. A gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, comentou que em anos eleitorais há uma tendência de aumento de gastos, mas também de antecipação deles, devido à legislação eleitoral, que impede certos tipos de gastos três meses antes das eleições. Renda e crédito Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias cresceu 6,6%. O resultado ficou próximo ao aumento em todo o ano de 2007, que foi de 6,5%. Este desempenho é a 18ª expansão consecutiva na comparação com igual trimestre de ano anterior e foi favorecido pela elevação da massa salarial real dos trabalhadores e pelo crescimento, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. Alerta O aumento do consumo acende a luz amarela da inflação, principalmente quando o crescimento vem da parte dos gastos do governo. A alta de juros tem sido usada para inibir o consumo e, com isso, conter a alta dos preços. O efeito adverso é que este cenário enfraquece a economia, já que o juro alto eleva o custo das empresas. A solução apontada por muitos analistas é a redução do gasto do governo. Os números do PIB, contudo, mostram que, se depender do governo, o processo de desaquecimento da economia vai continuar, pois os juros vão ter que subir mais para conter a inflação.

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