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Consumo nos EUA sobe, pedido de auxílio-desemprego cai

Por LUCIA MUTIKANI E MARK FELSENTHAL
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A confiança do consumidor norte-americano e as vendas de imóveis subiram mais que o esperado em outubro, ao mesmo tempo em que os novos pedidos de auxílio-desemprego recuaram fortemente na semana passada, sugerindo que a recuperação econômica está ganhando força. Uma queda inesperada nas encomendas de bens de consumo duráveis, contudo, esfriou parte do otimismo e funcionou como um lembrete de que a saída da mais brutal recessão em 70 anos deverá ser gradual. O Departamento de Comércio divulgou nesta quarta-feira que os gastos dos consumidores --que representam mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos-- cresceram 0,7 por cento no mês passado, após cederem 0,6 por cento em setembro. O número veio acima das expectativas do mercado, que apontava um ganho de 0,5 por cento. "Certamente, todos estão querendo que os consumidores comecem a dar um pouco de força à economia. Dessa forma, esse é um número positivo", disse Tim Ghriskey, vice-presidente de investimento da Solaris Asset Management, em Bedford Hills, Nova York. O Departamento de Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 466 mil na semana passada, ante 501 mil na semana anterior, marcando a quarta semana seguida de queda. O dado veio bem abaixo das expectativas do mercado, que falava em 500 mil novos pedidos. Enquanto isso, as vendas de casas recém construídas para uma família saltaram 6,2 por cento em outubro, para a máxima em um ano, divulgou o governo norte-americano. O Departamento de Comércio informou que as vendas desse tipo de imóvel cresceram no mês passado a uma taxa anualizada de 430 mil unidades, frente às 405 mil unidades de setembro. O número também superou as estimativas do mercado, que acreditava num aumento para 410 mil unidades. A alta nas vendas derrubou o estoque de novas casas do mercado no mês passado para 239 mil unidades, menor nível desde maio de 1971. Analistas disseram que os dados imobiliários são um bom sinal para a economia, mas ponderaram que os ganhos refletem a demanda de compradores que querem aproveitar o crédito tributário de 8 mil dólares oferecido pelo governo. O benefício deveria acabar em 30 de novembro, mas foi prorrogado até o próximo ano. O mercado imobiliário, o mais golpeado pela recessão nos EUA, está se recuperando de uma queda que já dura três anos. Analistas esperam que os sinais de estabilização nesse segmento ajudem a melhorar a confiança das famílias, que sofrem com a maior taxa de desemprego em 26 anos e meio. Uma pesquisa à parte mostrou que a confiança do consumidor está melhorando. O índice final das apurações feitas pela Reuters/Universidade de Michigan sobre a confiança do consumidor subiu em novembro a 67,4, ante 66,0 na primeira metade do mês. Há temores de que os gastos dos consumidores desacelerem no quarto trimestre por conta do alto nível de desemprego e freem o crescimento da economia.

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