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Consumo volta a acelerar e sobe 2,1%

Com 23.º avanço trimestral consecutivo, o consumo foi o principal responsável pela expansão da economia

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Por Fernando Dantas
Atualização:

Com o 23º avanço trimestral seguido ante iguais períodos do ano anterior, o consumo das famílias foi a estrela do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, quando cresceu 3,2%. Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de 2,1%. "O consumo das famílias nunca deixou de crescer, mas a taxa, que tinha se desacelerado, voltou a se acelerar no segundo trimestre. Isso realmente faz muito diferença para o desempenho do PIB porque esse é o maior componente", comentou Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Em relação ao mesmo período do ano anterior, a taxa chegou a um pico de 7,3% no terceiro trimestre de 2008, ao fim do qual a crise global eclodiu, caindo para 2,2% e 1,3%, respectivamente, no último trimestre de 2008 e no primeiro de 2009.O crescimento do consumo das famílias, que persistiu ao longo de toda a fase de maior impacto da crise, é explicado pelo fato de a renda e o crédito não terem parado de subir. No segundo trimestre de 2009, ante igual período de 2008, a massa salarial real subiu 3,3% e o saldo nominal de operações de crédito para pessoas físicas no segmento não direcionado do sistema financeiro subiu 20,3%.Técnicos do IBGE frisaram que a política de desoneração tributária em setores como automotivos e eletroeletrônicos também contribuiu para manter aceso o consumo das famílias. Rebeca ressaltou que essas medidas devem ter sido maior impacto no segundo trimestre.O consumo do governo, por sua vez, uma medida parcial do custo do setor público, subiu 2,2% no primeiro trimestre, ante igual período de 2008, complementando o impulso à demanda do consumo familiar. Os impostos sobre produtos caíram 2,8% no segundo trimestre, ante igual período de 2008, contribuindo para fazer com que a queda de 0,9% no valor adicionado a preços básicos (PIB menos impostos) se ampliasse para queda de 1,2% do PIB. Rebeca explicou que o recuo está ligado à retração da produção industrial e da importação.SERVIÇOSO melhor desempenho entre os grandes setores do PIB na primeira metade de 2009 ficou por conta dos serviços, que cresceram 2,4% no primeiro trimestre, ante igual período do ano passado, e 2,1% no semestre. Em ambos os casos, os serviços, que representam 65% do PIB, foram o único setor a crescer, já que a indústria e agropecuária tiveram queda.Entre os diversos segmentos dos serviços, destacaram-se no primeiro trimestre a intermediação financeira e seguros, com crescimento de 8,2%; serviços de informação (puxado pelos celulares e pela informática), com 6,8%; e outros serviços (onde estão a educação e saúde privadas), com 7,3%.

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