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Conta corrente fecha abril com déficit de US$ 4,5 bi, pior saldo para o mês desde 1947

Com o resultado, o déficit acumulado no ano subiu para US$ 16,7 bi

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Por Adriana Fernandes , Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

A conta de transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil com o exterior apresentou um déficit de US$ 4,583 bilhões em abril. Em abril do ano passado, a conta de transações correntes havia apresentado um ligeiro superávit de US$ 105 milhões. Com o resultado, o déficit acumulado no ano subiu para US$ 16,728 bilhões (2,68% do PIB), mostrando uma grande piora das contas externas brasileiras. No mesmo período do ano passado, o déficit da conta de transações correntes estava em US$ 4,832 bilhões.

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Segundo o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, trata-se do pior resultado para meses de abril desde o início da série em 1947.  

Em 12 meses, o déficit em transações correntes subiu de US$ 31,509 bilhões (1,79% do PIB) em março para US$ 36,197 bilhões (1,99% do PIB) em abril.

O fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o país somou US$ 2,223 bilhões em abril, o menor desde 2006, alcançando no ano a marca de US$ 7,880 bilhões. O valor é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o fluxo de IED somava US$ 8,751 bilhões.

Em 12 meses, o ingresso de IED caiu de US$ 26,263 bilhões (1,49% do PIB) em março para US$ 25,077 bilhões (1,38% do PIB) em abril. 

Dívida externa

A dívida externa total brasileira (pública e privada) subiu para US$ 211,61 bilhões. Em março, a dívida externa brasileira estava em US$ 206,499 bilhões. O aumento de um mês para outro foi de US$ 5,1 bilhões. A dívida externa de médio e longo prazos, em abril, cresceu US$ 3 bilhões, influenciada pela ampliação do passivo dos setores privado e público. A dívida externa de curto prazo teve aumento de US$ 2,1 bilhões.

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Conta externas

As contas externas brasileiras pioraram nos primeiros quatro meses do ano devido ao saldo da balança comercial menor e ao aumento das despesas com pagamentos de serviços no exterior. Enquanto o saldo da balança comercial de janeiro a abril de 2009 era positivo em US$ 6,681 bilhões, no mesmo período deste ano, o superávit era de apenas US$ 2,176 bilhões.

As despesas com serviços apresentam de janeiro a abril deste ano um déficit de US$ 8,695 bilhões ante US$ 4,429 bilhões do mesmo período do ano passado.

Em abril, o déficit na conta de serviço somou US$ 2,379 bilhões, um resultado 49,5% superior ao déficit registrado em abril de 2009. Na conta de serviços de abril, contribuem para a piora do déficit as despesas com transportes, que somaram US$ 502 milhões, com o aumento de 110,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

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As contas das viagens internacionais também estão em alta, com um déficit de US$ 768 milhões em abril, um aumento de 59,6% em relação a igual período do ano passado. Também houve elevação nas despesas de aluguel de equipamentos (18,4%) e royalties e licenças (5,4%).

Lucros e dividendos

As remessas de lucro e dividendos feitas por empresas instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior continuam elevadas, contribuindo para a piora das contas externas brasileiras em 2010. As remessas de lucro e dividendos ao exterior somaram em abril US$ 3,346 bilhões ante US$ 1,716 bilhão no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as remessas saltaram para US$ 7,931 bilhões.

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No mesmo período de 2009, as remessas somavam US$ 5,273 bilhões. As despesas com pagamentos de juros e compromissos externos somaram em abril US$ 498 milhões. O valor é menor que o registrado em abril do ano passado: US$ 608 milhões.

No acumulado do ano, no entanto, as despesas com juros estão um pouco maiores que no mesmo período do ano passado, somando US$ 3,551 bilhões. De janeiro a abril de 2009, essas despesas com juros estavam em US$ 3,178 bilhões.

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