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Contas externas fecham julho com saldo negativo

Resultado ficou abaixo do esperado. Segundo BC, isso aconteceu porque por causa do saldo comercial mais baixo

Por Fabio Graner , Gustavo Freire , da Agência Estado e Reuters
Atualização:

As transações correntes do Brasil com o resto do mundo registraram em julho déficit de US$ 717 milhões, mas ainda assim o saldo acumulado nos últimos 12 meses continua positivo, informou o Banco Central nesta quinta-feira. O resultado foi bem pior do que o superávit de US$ 3,055 bilhões verificado no mesmo mês do ano passado e ficou abaixo da expectativa de relativa estabilidade que o Banco Central tinha para esta conta. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, explicou que isso aconteceu por causa do saldo comercial mais baixo. Apesar de ter sido o primeiro déficit em conta-corrente este ano, Altamir não acredita que tenha se iniciado uma seqüência de saldos negativos. Ele acredita que, por causa do nível de atividade mais alto, possa haver superávits menores, mas não uma seqüência de déficits. Esse movimento, segundo ele, foi determinado basicamente por causa do crescimento das importações, que avançaram 35% na comparação com julho de 2006. Ele destacou o comportamento das importações de combustíveis, matérias-primas e bens de capital. Outros fatores que influenciaram o déficit em conta corrente em julho foram o pagamento de juros de bônus da República, da ordem de US$ 979 milhões e as remessas de lucros e dividendos que subiram de US$ 1,7 bilhão para US$ 2,1 bilhões de junho para julho. O saldo do balanço de pagamentos é formado pela soma da conta corrente e da balança de capitais. No caso da conta corrente, o saldo ficou positivo em US$ 3,055 bilhões. A balança comercial contribuiu com saldo positivo de US$ 3,347 bilhões; a conta de serviços e renda com déficit de US$ 4,456 bilhões e as transferências unilaterais tiveram saldo positivo de US$ 392 milhões. Altamir Lopes informou que a projeção para o resultado da conta de transações correntes em agosto é de saldo zero. Já as remessas de lucros e dividendos somaram, em julho, US$ 2,103 bilhões, ante US$ 864 milhões em julho do ano passado, informou o Banco Central. No acumulado do ano, as remessas somam US$ 10,728 bilhões, valor 10,4% superior ao verificado em igual período do ano passado. O chefe do Depec destacou que os setores de intermediação financeira, automóveis e comércio, por terem recebido maior fluxo de investimento estrangeiro e por terem rentabilidade mais alta, foram destaques nas remessas de lucros. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, o superávit em transações correntes somou US$ 11,469 bilhões de dólares, o correspondente a 0,99% do Produto Interno Bruto (PIB). Até junho, o saldo acumulado em 12 meses representava 1,33% do PIB, de acordo com os dados do BC.   Investimentos diretos Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no País somaram em julho US$ 3,584 bilhões, mais que o dobro do volume de US$ 1,586 bilhão verificado em igual mês do ano passado. No acumulado no ano, o fluxo de IED soma US$ 24,448 bilhões, o equivalente a 4,02% do PIB. Nos sete primeiros meses de 2006 essa conta registrava ingressos líquidos de US$ 8,971 bilhões, que correspondiam a 1,47% do PIB. No acumulado em 12 meses, o IED soma US$ 34,159 bilhões (2,95% do PIB). Dívida externa A dívida externa total do País caiu em julho para US$ 195,444 bilhões ante US$ 196,429 bilhões em junho. A queda ocorreu basicamente por conta da dívida de curto prazo que passou de US$ 49,968 bilhões em junho para US$ 46,688 bilhões em julho. A dívida de médio e longo prazos por outro lado subiu de US$ 146,461 bilhões para US$ 148,756 bilhões. 

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