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Contas externas têm superávit de U$ 13,4 bi até setembro

Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pela Depec do Banco Central, o número é equivalente a 1,50% do PIB

Por Agencia Estado
Atualização:

O Departamento Econômico do Banco Central (Depec) divulgou na manhã desta quinta-feira os resultados do mês de setembro das contas correntes e investimentos estrangeiros no País. Segundo o BC, o saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil com o exterior, em 12 meses até setembro, apresentou superávit de US$ 13,313 bilhões, o equivalente a 1,50% do Produto Interno Bruto (PIB). Até agosto, o superávit em conta corrente em 12 meses estava ligeiramente superior, em US$ 13,424 bilhões, ou 1,53% do PIB. De acordo com o BC, os investimentos estrangeiros diretos no País, em 12 meses, atingiram em setembro US$ 15,308 bilhões, ou 1,73% do PIB. Até agosto, em 12 meses, o fluxo de investimentos estrangeiros direto estava em US$ 13,587 bilhões (1,55% do PIB). Balanço de pagamentos O balanço de pagamentos do Brasil com o exterior apresentou em setembro um superávit na conta de transações correntes, de US$ 2,276 bilhões. No acumulado do ano, o superávit em transações correntes, até setembro, é de US$ 10,136 bilhões, o equivalente a 1,48% do PIB. No ano passado, o superávit em transações correntes, em setembro, foi de US$ 2,388 bilhões. De janeiro a setembro de 2005, 0 superávit estava em US$ 11,016 bilhões. De acordo com dados do BC, o balanço de pagamentos registrou um superávit de US$ 1,957 bilhão e a conta de capital e financeira foi deficitária, em setembro, em US$ 50 milhões. Investimento Estrangeiro Em setembro, o ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil foi de US$ 1,752 bilhão, o maior desde julho do ano passado. Segundo o BC, no acumulado de 2006, os investimentos estrangeiros diretos já somam US$ 11,906 bilhões, o equivalente a 1,74% do PIB. O número, porém, está distante da previsão do BC de uma entrada de US$ 18 bilhões. Para que a previsão seja atingida, será preciso um ingresso de US$ 2 bilhões por mês até o final do ano. "O fluxo está vindo como esperávamos", disse o chefe do Depec, Altamir Lopes. Ele evitou, no entanto, sinalizar se o BC vai alterar ou não a sua previsão de ingresso de IED em 2006. "Os investimentos estrangeiros diretos estão subindo." Ele chamou atenção para o ingresso de investimentos no setor de produção de álcool, que em setembro foi de US$ 173 milhões, enquanto em todo o ano passado não passou de US$ 8 milhões. "É um setor que está ganhando relevância", afirmou o chefe do Depec. O chefe do Depec destacou que, como resultado do aumento dos investimentos brasileiros no Exterior, estão crescendo as receitas com remessas de lucros e dividendos. No ano, até setembro, essas receitas somam US$ 891 milhões, ante US$ 472 milhões em igual período de 2005. "É o resultado da remuneração dos recursos aplicados no exterior", disse. O fluxo de investimentos estrangeiros em 2006 é ligeiramente superior ao verificado no acumulado de janeiro a setembro de 2005, quando estava em US$ 11,664 bilhões. Também foi maior do que o registrado em setembro de 2005, quando ingressaram no País apenas US$ 31 milhões. Dívida A dívida externa, estimada para setembro pelo Banco Central, foi de US$ 160,839 bilhões, com um aumento de US$ 4,2 bilhões em relação ao estoque apurado para junho de 2006 e um crescimento de US$ 3,6 bilhões, em relação a posição estimada para agosto. A dívida externa de médio e longo prazo atingiu em setembro, pelos dados do BC, US$ 141,379 bilhões e a dívida de curto prazo, US$ 19,461 bilhões. Câmbio O Banco Central comprou, em setembro, no mercado de câmbio, cerca de US$ 1,5 bilhão, de acordo com as informações do Depec. Em agosto, o volume havia sido de US$ 4,6 bilhões. De janeiro a setembro, as compras de dólar pelo BC somam US$ 24,9 bilhões. O valor já supera os US$ 21,5 bilhões adquiridos em todo o ano passado. O BC também elevou sua projeção de reservas internacionais para o fim deste ano de US$ 73,467 bilhões para US$ 74,764 bilhões. Para o final de 2007, a estimativa do BC para as reservas internacionais aumentou de US$ 77,409 bilhões para US$ 78,706 bilhões. A projeção do BC para as compras de dólares no mercado pelo Tesouro oscilou de US$ 12,333 bilhões para US$ 12,326 bilhões este ano. Para 2007, a projeção de compra de dólares pelo Tesouro variou de US$ 8,241 bilhões para US$ 8,226 bilhões. As compras de dólares do Tesouro Nacional têm como objetivo o pagamento de compromissos da dívida externa no setor público. Lopes informou que a posição de câmbio dos bancos neste mês até o dia 17 estava comprada em US$ 2,519 bilhões. Ao fim de setembro, a posição comprada dos bancos estava em US$ 2,419 bilhões. Lopes também informou que as recompras de títulos da dívida externa brasileira neste ano até setembro já somam US$ 6,447 bilhões. Ele esclareceu que esse valor refere-se somente às operações feitas com recursos das reservas internacionais. Só em setembro as recompras ficaram em US$ 366 milhões. Fluxo O chefe do Depec afirmou também que o fluxo cambial neste mês, até o dia 17, estava positivo em US$ 2,103 bilhões. Em setembro, o fluxo cambial havia ficado positivo em US$ 5,134 bilhões. De acordo com Altamir, o fluxo financeiro no mesmo período de outubro estava positivo em US$ 471 milhões, com US$ 6,597 bilhões em ingressos e US$ 6,127 bilhões em saídas. Em setembro, o fluxo financeiro havia ficado negativo em US$ 366 milhões, com US$ 14,516 bilhões de entradas e US$ 14,882 bilhões de saídas. Nas saídas, estão contabilizadas as compras de dólares feitas pelo Tesouro para o pagamento de compromissos da dívida externa. Neste mês, até o dia 17, o fluxo comercial foi positivo em US$ 1,632 bilhão, com US$ 5,502 bilhões de câmbio para exportação e US$ 3,869 bilhões para importação. Em setembro, o fluxo comercial ficou positivo em US$ 5,501 bilhões, com US$ 12,522 bilhões de exportações e US$ 7,022 bilhões de importações. Despesas As despesas líquidas com viagens internacionais somaram, em setembro, US$ 159 milhões. Em setembro de 2005, essas despesas estavam em US$ 115 milhões. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, as despesas líquidas com viagens internacionais somam US$ 1,008 bilhão, resultado de receitas de US$ 3,207 bilhões e de despesas de US$ 4,215 bilhões. As despesas líquidas com transporte, em setembro, somaram US$ 286 milhões, valor superior ante US$ 176 milhões, em setembro de 2005. De janeiro a setembro as despesas com transporte somem US$ 2,113 bilhões, ante US$ 1,318 bilhão, no mesmo período de 2005. As despesas com aluguel de equipamento somaram em setembro US$ 344 milhões, ante US$ 272 milhões em setembro de 2005. No acumulado do ano, as despesas com aluguel de equipamentos foram de US$ 3,502 bilhões ante US$ 2,854 bilhões, de janeiro a setembro de 2005. A conta total de serviços apresentou uma despesa líquida, em setembro, de US$ 829 milhões, ante US$ 683 milhões, em setembro de 2005. No acumulado do ano, as conta total de serviços tem uma despesas líquida de US$ 6,985 bilhões, ante US$ 5,696 bilhões, no acumulado do ano passado. Pelos dados do BC, as despesas líquidas com viagens internacionais em outubro até esta quinta somam US$ 125 milhões e os gastos com serviços financeiros atingiram US$ 17 milhões. Já as despesas com serviços de computação e informações chegou nesse período a US$ 78 milhões e com royalties e licenças totalizaram US$ 36 milhões. As despesas com aluguel de equipamentos atingiram em outubro até esta quinta US$ 140 milhões. Remessas As remessas de lucros e dividendos em setembro foram de US$ 864 milhões. Em agosto, as remessas de lucros e dividendos tinham ficado em US$ 1,030 bilhão. Em setembro do ano passado, as remessas somaram valor correspondente a US$ 644 milhões. No período de janeiro a setembro deste ano, as remessas estão acumuladas em US$ 11,608 bilhões. Em igual período do ano passado, as remessas estavam em US$ 8,529 bilhões. Os gastos com pagamento de juros da dívida externa em setembro foram de US$ 967 milhões. O valor é superior aos US$ 741 milhões pagos em agosto e também superior aos US$ 915 milhões desembolsados em setembro do ano passado. De janeiro a setembro deste ano, os gastos com pagamentos de juros acumulam US$ 8,608 bilhões. Em igual período do ano passado, o valor era de US$ 10,167 bilhões. As remessas de lucros e dividendos para o exterior somam em outubro até esta quinta-feira US$ 307 milhões, informou Lopes. Segundo ele, as despesas com juros externos no mesmo período atingiram US$ 800 milhões. Ao divulgar as parciais de outubro, o chefe do Depec comentou que os dados de remessas de lucros e dividendos confirmam a tendência de queda que vinha sendo apontada pelo BC. "Houve uma acomodação da antecipação de remessas. A antecipação tem limites. As empresas não podem remeter o que não geraram", disse ele. Matéria alterada às 15h13 para acréscimo de informações

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