BRASÍLIA - O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobrás e Eletrobrás) apresentou déficit primário de R$ 18,125 bilhões em maio, conforme informou nesta quarta-feira, 29, o Banco Central. É o maior rombo nas contas públicas para meses de maio da série histórica do BC.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou acima das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de déficit de R$ 17,5 bilhões a R$ 13,5 bilhões, com mediana negativa de R$ 15,2 bilhões.
Nos primeiros cinco meses do ano, o rombo é de R$ 13,714 bilhões, o que representa 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que o déficit primário de maio foi "significativo". Ele ressaltou que o saldo negativo mantém tendência de aumento do déficit em relação ante igual período do ano passado.
Maciel previu que a tendência é que se mantenha a elevação da dívida em relação ao PIB no acumulado de 12 meses. Até maio, o saldo negativo de R$ 150,510 bilhões representou 2,51% do PIB e a perspectiva do BC atualizada ontem no Relatório Trimestral de Inflação é de 2,6%. "A previsão, levando em conta os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias é de 2,63% do PIB para ser mais exato", disse.
O resultado fiscal de maio foi composto por um déficit de R$ 17,766 bilhões do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 212 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 573 milhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 785 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 147 milhões.
O déficit primário considerado pelo governo para o ano é de 2,80% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 170,5 bilhões. Ontem, o BC revisou sua estimativa para 2,60% do PIB com a mudança na previsão para o crescimento do País. Na semana passada, o governo federal renegociou as dívidas com os Estados. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a renegociação da dívida já está dentro do déficit de R$ 170,5 bilhões.