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Contas públicas têm déficit no ano pela primeira vez

Setor público apresentou déficit primário de R$ 25,791 bi no mês passado e empurrou o resultado do acumulado de janeiro a setembro para o vermelho

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobrás e Eletrobrás) apresentou déficit primário de R$ 25,491 bilhões em setembro, conforme informou o Banco Central. Pela série histórica da instituição, que começa em dezembro de 2001, é o maior rombo mensal nas contas públicas. Antes, o maior déficit havia sido registrado em dezembro de 2008, quando ficou negativo em R$ 20,951 bilhões. Esta é ainda a primeira vez que o BC registra déficit no resultado do setor público no acumulado do ano ( R$ 15,286 bilhões).

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As contas do setor público acumulam um superávit primário de R$ 31,055 bilhões em 12 meses até setembro, o equivalente a 0,61% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Banco Central, o esforço fiscal caiu em 12 meses em relação ao período encerrado em agosto, quando estava em 0,94% do PIB, ao totalizar R$ 47,498 bilhões. O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, já reconheceu que há o risco de a política fiscal se tornar expansionista este ano, apesar de ter mantido no Relatório Trimestral de Inflação que as projeções de inflação contemplam um cenário de neutralidade. "O que eu estou reconhecendo é que nós trabalhamos com a hipótese de neutralidade para a política fiscal este ano. Estou afirmando que as evidências apontam que essa hipótese não se confirmará", argumentou ao final de setembro. Em agosto, o resultado havia sido negativo em R$ 14,460 bilhões e, em julho, de R$ 4,715 bilhões. Em setembro do ano passado, houve déficit de R$ 9,048 O resultado primário consolidado de agosto ficou pior do que as estimativas dos analistas do mercado financeiro.

O esforço fiscal do mês passado foi composto por um déficit de R$ 20,995 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 3,061 bilhões no mês. 

Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 3,791 bilhões, os municípios tiveram superávit de R$ 730 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 1,435 bilhão. 

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