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Contra crise americana, UE aposta em emergentes

Por JAMIL CHADE
Atualização:

A União Européia (UE) admite em seu relatório trimestral que a economia do bloco está já sentindo dificuldades para continuar crescendo diante da desaceleração da economia americana. O euro fortalecido e as altas nos preços do petróleo também estariam tendo um impacto. Em fevereiro, a UE cortou sua projeção de crescimento econômico de 2,2% para 1,8% para 2008. "Estamos começando a sentir (o impacto)", afirmou Joaquin Almunia, comissário de Finanças da UE. Segundo ele, o impacto negativo dos Estados Unidos, porém, poderá ser compensado pelo crescimento nos mercados emergentes. "A área do euro continuará a se beneficiar de um crescimento forte nos mercados emergentes", afirmou. Almunia também insiste que os fundamentos da economia européia estão sólidos, o que está sendo demonstrado pelo indicadores positivos das últimas semanas na Alemanha, a maior economia da UE. Segundo o relatório, os indicadores de confiança no setor manufatureiro se mostraram positivos e os últimos números sobre a produção industrial ficaram acima do previsto. Se esse cenário for mantido, portanto, dificilmente o Banco Central Europeu irá rever para baixo suas taxas de juros, de 4% ao ano. O temor dos europeus sobre a inflação foi confirmado ontem pela avaliação da UE que indicou que a alta nos preços foi de 3,3% em fevereiro, diante do teto de 2% estabelecido pelo BCE. Euro Quanto ao euro, a valorização de 18% frente ao dólar em um ano já estaria atingindo a competitividade dos produtos europeus. Para o relatório, parte do impacto da desaceleração da economia americana dependerá do que irá ocorrer com as taxas de câmbio. "Volatilidade excessiva e movimentos desordenados nas taxas de câmbio são indesejadas para o crescimento econômico e, nas atuais circunstâncias, o excessivo movimento de taxas de câmbio é uma fonte de preocupação", afirmou o documento.

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