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Contra crise financeira, BCs cortam taxas de juro

Por KEITH WEIR E DANIEL TROTTA
Atualização:

Bancos centrais ao redor do mundo cortaram suas taxas básicas de juro em uníssono nesta quarta-feira, em uma resposta conjunta contra a crise financeira global, o que ajudou os mercados acionários. O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cortou sua taxa básica de juro em 50 pontos-básicos, para 1,5 por cento. A China, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais da Grã-Bretanha, do Canadá, da Suécia e da Suíça também cortaram suas taxas de juro em uma resposta coordenada que analistas vinham exigindo. Os índices futuros de ações dos EUA subiram com a notícia e os mercados acionários ao redor do globo reduziram suas perdas. Mas passada a euforia, os indicadores voltaram ao vermelho. "O fato deles terem atravessado a fronteira sugere que esse é o lance final", afirmou Peter Dixon, economista do Commerzbank em Londres. "Isso vai ajudar os mercados? questionável no curto prazo". Os cortes aconteceram depois de uma série de pedidos, por parte de economistas e líderes políticos, para uma ação coordenada, depois das diversas tentativas dos bancos centrais de injetarem recursos nos mercados globais para tentar conter a crise de confiança. "Os bancos centrais do mundo finalmente acordaram para gravidade da situação atual", afirmou Charles Diebel, estrategista-chefe de renda fixa da Nomura. Mais cedo, o governo da Grã-Bretanha havia oferecido injetar ao menos 50 bilhões de libras (87,2 bilhões de dólares) em seus maiores bancos de varejo a fim de ajudá-los a sobreviver em meio à crise. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que o mercado financeiro global havia parado de funcionar depois de os débitos podres gerados pelo colapso do mercado imobiliário nos EUA terem contaminado o sistema. "Os dados mais recentes sobre a economia sugerem que o ritmo da atividade econômica diminuiu marcadamente nos últimos meses", disse o Fed em um comunicado. "Além disso, a intensificação do tumulto no mercado financeiro deve restringir ainda mais os gastos, em parte porque reduziria ainda mais a capacidade de pessoas físicas e empresas obterem crédito".

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