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Contra inflação, Mantega admite leve desaceleração

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

Documento apresentado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na reunião de hoje do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a equipe econômica, divulgado no fim do dia, destaca que o aumento do esforço fiscal do governo contrai "um pouco" o consumo e reduz a necessidade de juros mais altos. Num dos itens do documento, "Atravessando a Turbulência", Mantega enfatiza ser preciso compatibilizar a manutenção dos programas prioritários do governo com uma meta de superávit primário do setor público maior do que a inicialmente prevista. Acrescenta ser possível controlar a inflação no Brasil sem abortar o crescimento, mas "apenas com uma ligeira desaceleração". Na avaliação apresentada ao presidente, aos outros integrantes da equipe econômica e a economistas convidados, o ministro da Fazenda garante que o crescimento da economia é sustentável por haver aumento da produtividade do trabalho a taxas superiores ao crescimento dos salários reais, além de forte expansão dos investimentos, que, segundo o documento, garante o aumento da oferta nos próximos anos. De acordo com Mantega, a maturação dos investimentos se reflete no nível de utilização da capacidade instalada. O documento detalha o comportamento dos principais produtos que têm impactado a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o arroz, a avaliação feita é de que a quebra da produção da Ásia elevou os preços mundiais, mas a expectativa é de que se estabilizem no curto prazo e caiam no segundo semestre. Para o feijão, verificou-se que o preço chegou a subir mais de 200% no ano, mas a previsão para este ano é de queda, devido à normalização e aumento da safra. O texto apresentado por Mantega alinha, em contrapartida, os itens que estão contribuindo para pressionar a inflação para baixo, mencionando energia elétrica, combustíveis e bens de consumo duráveis. No caso da energia elétrica, a avaliação é de que a valorização cambial e as revisões tarifárias geraram deflação nos últimos 12 meses. Já nos combustíveis, ressalta o documento, a valorização cambial compensou parcialmente o aumento dos preços internacionais do petróleo, combinada com a ausência de reajustes. Nos bens de consumo duráveis, registraram-se aumento de importações, valorização cambial e queda de preços.

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