BRASÍLIA - A vice-presidente de Governo da Caixa, Tatiana Thome de Oliveira, afirmou nesta terça-feira, 3, que a queda na concessão de novos empréstimos para o Nordeste está relacionada à retração nos pedidos feitos pela Região e nas baixas notas atribuídas pelo Tesouro Nacional que classificam a capacidade de endividamento para empréstimos.
Em agosto, o Estadão/Broadcast revelou que a Caixa reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste. Em 2019, até julho, o banco autorizou empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o País. Para a Região, foram fechadas menos de dez operações, que totalizam R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total – volume menor do que em anos anteriores.
Depois de publicada a reportagem, a Caixa acelerou a contratação de novas operações. Mesmo assim, segundo números apresentados nesta terça belo banco em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o Nordeste responde por 9,1% das contratações da Caixa até o dia 14 de agosto. O Sudeste ficou com 35,7% e o Sul, com 42,9%. Em 2018, o porcentual de contratações para o Nordeste foi de 24,1% do total.
De um ano para outro, disse a vice-presidente, a quantidade de pedidos de financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste caiu 27%, o que explicaria em parte a queda nas contrações. Além disso, argumentou, 88,7% dos municípios nordestinos não teriam classificação suficiente para atrair empréstimos com aval da União.
"A tomada do crédito tem um rito de governança na Caixa que envolve jurídico, avaliação de risco, análise de engenharia, do plano de investimentos", comentou Tatiana. "Realmente não tem nenhum viés político. Tem isenção da Caixa", afirmou, em resposta ao senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
No dia 19 de agosto, O Nordeste correspondia a 8,7% dos pedidos de financiamento do banco. "Não que todos vão ser aprovados, mas tem uma tendência, um porcentual de sucesso, que é praticamente uniforme entre as regiões", declarou a vice-presidente.
