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Contrato entre BNDES e Volks foi assinado em abril

Ao contrário do que havia sido divulgado pelo banco, o contrato de empréstimo foi assinado dias depois da aprovação do financiamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O contrato de empréstimo de R$ 497,1 milhões já foi assinado entre o BNDES e a Volkswagen do Brasil, ao contrário do que havia sido divulgado pelo banco. Em 18 de abril, a diretoria do banco aprovou o financiamento, destinado à expansão da produção de veículos Fox e CrossFox. O contrato foi assinado dias depois. Em maio, a montadora começou a anunciar o plano de reestruturação, que previa demissões em massa e deixou o banco estatal numa saia justa. Os contratos de financiamento do banco com seus clientes são protegidos por sigilo comercial e, portanto, não podem ser divulgados. O BNDES adota regras gerais de dar preferência à analise de projetos que criem empregos e contribuam para o desenvolvimento industrial. Mas, segundo atesta o ex-presidente do banco, Carlos Lessa, não há cláusula específica nos acordos com as montadoras que vinculem a liberação de recursos ao compromisso de manutenção dos empregos. "Se o BNDES não quer conceder o dinheiro, está no seu direito soberano. Mas, se já assinou o contrato, legalmente não pode interromper sua execução. O máximo que poderá fazer é não renovar a linha com a Volks", diz Lessa lembrando que, em sua gestão no banco, nos dois primeiros anos do governo Lula, ele reagiu ao que qualifica de "belgificação" da fábrica de bebidas Ambev de forma semelhante. "Tive que cumprir o último contrato, mas avisei a eles que, em minha gestão não teria mais um tostão. E o BNDES era um grande financiador deles", diz. A direção do banco tem afirmado que a demora na liberação dos recursos para a Volks decorre de "problemas técnicos" e não de questões políticas. O desembolso estaria dependendo da apresentação de alguns documentos pela montadora, que anunciou nesta terça a primeira leva de dispensa de funcionários: 1.800 cartas de demissão. O dinheiro do BNDES, aprovado há mais de quatro meses, seria destinado à melhoria no processo de produção das fábricas de Anchieta, Taubaté, São Carlos, São José dos Pinhais e São Bernardo do Campo. Correspondia a 54% do investimento total de R$ 920,9. Desde 2000, o banco já liberou R$ 2,09 bilhões para a montadora.

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