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Controladora da Eletropaulo oferece termoelétrica ao BNDES

Por Agencia Estado
Atualização:

A companhia norte-americana AES, controladora da Eletropaulo, apresentou ao BNDES duas propostas de renegociação de dívida. O BNDES não se manifesta sobre o assunto. O prazo para o término das negociações entre a AES e o BNDES continua sendo 28 de fevereiro. Uma prevê a entrada de um novo sócio na distribuidora paulista e a entrega da termoelétrica de Uruguaiana ao banco. Neste caso, o BNDES executaria parte das garantias dadas pelo empréstimo de R$ 1,013 bilhão contraído em 98, ou seja, assumiria uma parcela do capital ordinário (ON) e o venderia ao novo sócio, que poderia ser um consórcio de empresas. A segunda proposta - considerada pelo mercado como a menos atraente - inclui a entrega ao banco de dois ativos da holding AES (a térmica de Uruguaiana e a distribuidora AES Sul) e o reescalonamento do saldo devedor. "A AES pode admitir um novo sócio na Eletropaulo, que poderá vir do mercado ou de um consórcio", diz José Pio Borges, que deverá integrar um consórcio de assessores a ser criado pela AES. "Nosso papel será prestar uma assessoria estratégica e a reestruturação da dívida faz parte desse escopo". Pio Borges, que deixou a presidência do BNDES em julho de 1999, assinou, em abril de 98, o contrato pelo qual o banco firmou financiamento com a Lightgás, antecessora da AES, para a compra da Eletropaulo, a maior distribuidora de energia elétrica do País. Ele diz, porém, que o contrato não teria sido um mau negócio para o banco se não fosse a crise do setor elétrico, iniciada pela desvalorização do real e pelo racionamento de energia, que criou a situação de inadimplência. Ele afirma que a AES remeteu para a matriz, nos Estados Unidos, US$ 217 milhões entre 1999 e 2000, mas investiu no período US$ 900 milhões. Analistas de mercado ouvidos pela Agência Estado concordaram sobre a má qualidade dos ativos que estão sendo ofertados. A térmica de Uruguaiana, com capacidade para gerar 600 megawatts e construída para consumir gás argentino, num investimento estimado em US$ 600 milhões, teria hoje um valor de mercado menor, especialmente por causa do excesso de energia no mercado. A AES Sul também não está bem cotada no mercado.

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